por Alessandro Dias

Da redação Tupã, SP- Empresários dos setores de frutas e sucos afirmam que não há como redirecionar a produção brasileira a outros mercados diante do possível aumento de tarifas impostas pelos Estados Unidos. Com volumes elevados e contratos firmados com o mercado americano, produtores dizem que alternativas no curto prazo são inviáveis.

Além da dificuldade logística e regulatória para adaptar os produtos a novos destinos, o principal entrave está na escala da produção. “Não dá para sair com uma sacolinha oferecendo para outros mercados”, afirma Antônio Pitangui de Salvo, presidente da Faemg. Para o presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho, o redirecionamento da produção colapsaria o mercado interno. “É uma quantidade tão grande que vai colapsar o mercado”, diz.

Ariosto da Riva Neto, CEO da Sucorrico e da marca Xandô, explica que se os EUA reduzirem as compras em 50%, o Brasil deixará de exportar 40 milhões de caixas de suco. “A indústria vai ter de deixar de processar. O volume é muito grande”, afirma.

Os EUA consomem cerca de 40% de todo o suco de laranja exportado pelo Brasil, e 70% da laranja presente nas mesas americanas vem da produção brasileira. A indústria local da Flórida, antes dominante, caiu de 280 milhões para apenas 12 milhões de caixas por safra, abrindo espaço para o suco nacional.

A situação é ainda mais delicada para produtores de frutas in natura, como os do Vale do São Francisco, que planejam durante seis meses a colheita da manga enviada aos EUA. Com embalagens personalizadas e espaço limitado em navios e aviões, redirecionar a produção é considerado inviável. “Estou temeroso de que a gente termine não conseguindo nem colher a manga”, lamenta Coelho.

Fonte: CNN Brasil; G1

Foto: Reprodução

Para Central Cidade de Jornalismo – Repórter Alessandro Dias

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26/07/2025 – Rádio Cidade FM