por Alessandro Dias
Ourinhos, SP- Os 14 paraguaios resgatados nesta terça-feira (15) de uma fábrica clandestina de cigarros em Ourinhos (SP) eram submetidos a jornadas exaustivas, tinham os celulares confiscados e viviam em condições precárias, em quartos sujos e com janelas tampadas.
Segundo a Polícia Federal de Guaíra (PR), as vítimas eram aliciadas no Paraguai com promessas de contratos de 30 a 45 dias e salários entre R$ 4 mil e R$ 5 mil. Ao chegarem ao Brasil, pela fronteira com o Paraná, os trabalhadores eram levados para a fábrica em Ourinhos, onde tinham sua liberdade restringida, sem acesso ao mundo externo e sob vigilância constante.
De acordo com o Ministério Público do Trabalho, as vítimas relataram que chegaram a passar dias se alimentando apenas com bolachas. Um dos responsáveis pela fábrica foi preso em São Paulo e outro está sendo procurado no Paraná. Em Mato Grosso do Sul, uma pessoa foi detida por posse ilegal de arma.
Os trabalhadores foram levados à Polícia Federal de Marília, onde prestaram depoimentos, e depois serão encaminhados a Ciudad Del Leste para retorno ao Paraguai. O Ministério do Trabalho lavrará autos de infração e garantirá o pagamento do seguro-desemprego previsto em lei.
Além do crime de trabalho análogo à escravidão, a PF apura outras infrações, como descaminho, violação de marca, tráfico de pessoas e migração ilegal. A operação contou com cerca de 50 policiais federais, além de equipes do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho.
Fonte: G1
Foto: Reprodução Polícia Federal
Para Central Cidade de Jornalismo – Repórter Alessandro Dias