por Alessandro Dias
Da redação Tupã, SP- O dólar à vista atingiu um marco histórico nesta quinta-feira (28), superando a barreira de R$ 6 pela primeira vez desde a criação do real, em 1994. A moeda norte-americana chegou ao pico de R$ 6,0036 (+1,52%) durante as negociações intradiárias e encerrou o dia em R$ 5,9895 (+1,29%), marcando o segundo recorde nominal consecutivo.
A valorização acentuada reflete as reações do mercado ao pacote fiscal anunciado pelo governo, que incluiu a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil mensais. Embora o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenha prometido compensações fiscais, como a maior taxação de rendas acima de R$ 50 mil, investidores consideraram as medidas insuficientes para manter o equilíbrio orçamentário.
Analistas destacam que a isenção do IR, estimada em R$ 50 bilhões anuais, supera os cortes de gastos anunciados, gerando incertezas sobre o compromisso fiscal do governo. Essa percepção tem ampliado o risco fiscal, pressionado juros futuros e provocado volatilidade cambial.
Enquanto economistas criticam o pacote fiscal por sua falta de austeridade, outros avaliam que a reação do mercado pode ter sido exagerada. Marcos Weigt, diretor do Travelex Bank, argumenta que o impacto do anúncio não justifica a disparada cambial, e Paula Zogbi, da Nomad, prevê que o dólar acima de R$ 6 não deve se sustentar a longo prazo.
A moeda norte-americana acumula alta de quase 24% ante o real em 2024, e ao que parece, a turbulência que começa no mercado financeiro e termina no bolso do cidadão comum ainda vai demorar para passar, se passar.
Fonte: Money Times; G1; Uol; Notícias Agrícolas; Terra Brasil Notícias
Foto: Reprodução
Para Central Cidade de Jornalismo – Repórter Alessandro Dias
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