A Coreia do Norte há décadas reforça tensões no Nordeste Asiático por meio de seu desenvolvimento ilegal de armas nucleares. Mais recentemente, ampliou sua influência geopolítica ao fornecer armas para a Rússia e, segundo evidências, começou a enviar forças especiais para apoiar diretamente a guerra na Ucrânia. Essas ações não apenas intensificam as ameaças na Europa, mas também criam riscos para a estabilidade no Nordeste Asiático e em todo o mundo.

Em outubro, diversas fontes confirmaram a movimentação militar norte-coreana. O Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul apresentou evidências de preparativos para o envio de tropas, enquanto o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, corroborou essas informações dias depois. A União Europeia e as Nações Unidas criticaram duramente a iniciativa, classificando-a como uma violação do direito internacional.

Além do envio de tropas, a Coreia do Norte já apoiava a Rússia com fornecimento de armas, incluindo o míssil KN-23. Em junho, o aprofundamento das relações entre os dois países resultou em um tratado de parceria estratégica que prevê apoio militar mútuo em caso de agressão armada. A inspeção de treinamentos militares pelo líder Kim Jong-un, em setembro, indicou a preparação norte-coreana para ampliar sua participação no conflito.

A escalada no envolvimento da Coreia do Norte tem implicações globais, com potencial para desencadear um efeito dominó de tensões. A analogia histórica com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, apresentada pelo historiador Christopher Clarke em Sleepwalkers, alerta para o perigo de um conflito local se expandir para uma guerra de proporções globais.

A guerra na Ucrânia já reverbera em outras regiões, como o Oriente Médio, e aumenta preocupações sobre uma possível crise militar envolvendo Taiwan. Diante desse cenário, o mundo enfrenta o risco de uma nova fase de instabilidade internacional, na qual conflitos isolados podem se entrelaçar, levando a um ponto de não retorno.

A comunidade internacional precisa agir com urgência para conter essas ameaças e preservar a paz global, evitando que a cooperação entre Coreia do Norte e Rússia precipite uma crise ainda maior.