Por Alessandro Dias
Da redação Tupã, SP- Em uma manifestação que realmente trouxe os “anais” à tona do que está se tornando o ensino universitário em algumas instituições pelo Brasil, desta vez, a cantora Tertuliana Lustosa se encontra no centro de uma polêmica envolvendo sua ousada e “glútea” proposta artística.
Durante uma roda de debates na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a artista apresentou uma performance considerada provocativa e, para muitos, inapropriada para o ambiente acadêmico. O episódio reacendeu discussões sobre os limites da liberdade artística e o respeito aos espaços educativos, especialmente quando envolvem manifestações de caráter sexual explícito.
A letra da música performada por Tertuliana não deixa dúvidas quanto à sua intenção: ela busca chocar e trazer à tona discussões sobre sexualidade e marginalização, uma proposta que a própria cantora descreve como parte de sua “pedagogia libertadora”. No entanto, a questão que se impõe é: até que ponto esse tipo de abordagem é adequada dentro de uma instituição de ensino superior?
A UFMA, em nota oficial, foi clara ao considerar a canção inapropriada para o contexto do debate acadêmico. A universidade, que preza por sua pluralidade de ideias, argumenta que existem limites quando o comportamento em questão pode desrespeitar os princípios basilares da instituição. O incidente, que foi amplamente divulgado nas redes sociais, polarizou as discussões entre os que defendem a liberdade de expressão irrestrita e aqueles que acreditam que há momentos e espaços mais adequados para certas expressões artísticas.
A apresentação de Tertuliana Lustosa não é um caso isolado. Ela já havia causado controvérsia em outra ocasião, quando realizou uma performance semelhante na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Dessa vez, o impacto foi semelhante: críticas vieram de todos os lados, com muitos questionando se a fronteira entre arte e vulgaridade não foi ultrapassada.
Por mais que seja essencial reconhecer a importância da arte como ferramenta de crítica e transformação social, é preciso refletir sobre a responsabilidade que vem com essa liberdade. Uma instituição como a UFMA é um local de construção de conhecimento, onde a pluralidade de ideias deve coexistir com o respeito aos demais. É válido questionar: o que a performance de Tertuliana trouxe de construtivo ao debate acadêmico? Será que a erotização extrema de sua apresentação contribuiu para a discussão de marginalização que a própria diz “combater”, dificilmente não.
Fonte: Uol; ND Mais
Foto/Vídeo: Uol
Para Central Cidade de Jornalismo – Repórter Alessandro Dias
Rádio Cidade FM