Por Alessandro Dias
Da redação Tupã, SP- A partir de outubro de 2024, os frigoríficos brasileiros estarão proibidos de exportar carne de fêmeas bovinas para a União Europeia e o Reino Unido. A nova restrição é justificada pelo uso do hormônio estradiol, empregado em técnicas de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), uma prática comum no manejo reprodutivo de gado no Brasil. As autoridades europeias afirmam que o estradiol pode representar riscos à saúde dos consumidores, o que levou à proibição.
Até então, os produtores brasileiros podiam exportar carne de fêmeas para esses mercados mediante a apresentação de uma declaração afirmando que os animais não haviam sido tratados com o hormônio. No entanto, essa regra foi suspensa, levando ao bloqueio completo da carne de vacas e novilhas. A medida preocupa o setor pecuário brasileiro, que vê a decisão como uma possível barreira comercial disfarçada de preocupação sanitária.
Especialistas como o médico veterinário e professor da Universidade de São Paulo, Dr. Pietro Baruselli, contestam a justificativa europeia. Em entrevista à Revista DBO, Baruselli explicou que a quantidade de estradiol utilizada na IATF é mínima e semelhante à produzida naturalmente pelo organismo da vaca durante o ciclo reprodutivo. Segundo ele, o hormônio é rapidamente absorvido e não deixa resíduos na carne. Além disso, sem o uso de estradiol, a eficiência da IATF cai drasticamente, o que afetaria a produtividade, a qualidade dos bezerros e o manejo dos animais.
Fonte: AgroBand
Foto: Reprodução