Por Alessandro Dias
Da redação Tupã, SP- Mais um 7 de setembro chega, e com ele, o Brasil relembra o glorioso momento em que se declarou independente de Portugal, esse pequeno detalhe da nossa história. Afinal, nada como uma boa celebração para lembrar que, há 202 anos, rompemos com a metrópole para nos tornarmos… bem, ainda um país com uma lista de pendências nada pequena.
Sim, foi em 1822 que Dom Pedro I, cansado das cartas da mamãe Maria Leopoldina, resolveu gritar “Independência ou Morte!”. E pronto! Estávamos livres, livres para manter a escravidão por mais 66 anos, livres para continuar com uma monarquia que, diga-se de passagem, só virou república depois de um empurrãozinho (e talvez alguns empurrões bem mais fortes do que gostaríamos de admitir).
Mas não vamos ser tão pessimistas, afinal, temos um desfile militar e muita pompa. Ah, e quem poderia esquecer das promoções imperdíveis no comércio? Se independência tem gosto de liberdade, então deve ser de algo parcelado em 10 vezes no cartão sem juros. Porque nada diz “país soberano” como aproveitar o feriado para comprar aquele eletrodoméstico tão desejado.
Enquanto desfilamos e soltamos fogos, é bom lembrar que o Brasil conquistou muita coisa desde 1822: desigualdade social, corrupção, crises econômicas periódicas e, claro, uma classe política exemplar, que nos faz questionar se a independência de Portugal realmente foi o maior dos nossos problemas.
Mas sigamos comemorando! Porque se o 7 de setembro não serve para refletir sobre a nossa “independência”, pelo menos é um bom motivo para aproveitar o dia de folga. Afinal, liberdade, para muitos, é mesmo poder dormir até mais tarde.
Texto construído a partir de matéria de Isabela Cruz do Jornal NEXO
Para Central Cidade de Jornalismo – Repórter Alessandro Dias
Rádio Cidade FM