Após uma série de denúncias e reportagens, muitos brasileiros passaram a reconhecer e se indignar com o alto número de caminhões arqueados nas estradas brasileiras. A prática consiste em rebaixar a dianteira e elevar a traseira do veículo, alterando as características de fábrica. Acontece que, com o grande número de adeptos nas redes sociais, a moda polêmica chegou a uma nova categoria de veículos, os furgões, conhecidos como “Fiorinos arqueados”.
Apesar de ser um veículo bem menor e mais leve do que um caminhão, o Fiorino, que também é usado para transportar cargas, cria vários riscos quando tem sua suspensão alterada de forma tão drástica. Nas redes sociais, o comentário é que, dessa forma, há um ganho de espaço no compartimento de carga. Mas é importante ressaltar que o que importa nesse quesito é o peso e não, necessariamente, o volume disponível.
Rodrigo Kleinubing, engenheiro especialista em acidentes de trânsito, explica que alterar dessa forma o projeto original do veículo é algo grave.
“A pessoa vai ter problemas com instabilidade, já que a alteração interfere diretamente na carga dinâmica do eixo traseiro. O veículo vai ficar menos estável. Em uma curva, ele pode perder o controle mais facilmente. Outra questão é que altera a capacidade de frenagem do veículo”, alerta.
Além do risco iminente de causar um acidente, depois que o sinistro acontece, o problema pode ser ainda mais grave devido ao chamado “efeito cunha”. Ou seja, de o veículo de trás ir parar embaixo do modelo “arqueado”.
“Em termos de segurança passiva, ocorrendo uma colisão traseira, por exemplo, vai haver uma multiplicação de danos. Pelo efeito de cunha, a tendência é que o automóvel de trás se encaixe na traseira, pois no momento na frenagem, o capô costuma abaixar. Isso torna o acidente mais perigoso”, informa o especialista.
Procurada, a Fiat foi taxativa: “A marca não aconselha a transformação”.
Redação Regional – Rádio Cidade 91,5 FM