A mulher, de 21 anos, que foi vítima de uma tentativa de feminicídio no último sábado (23) no bairro Jardim Panorama, em Álvares Machado (SP), foi transferida na madrugada desta quarta-feira (27) do Hospital Regional (HR), em Presidente Prudente (SP), para o Hospital Padre Albino, em Catanduva (SP), que é um centro de referência nacional no tratamento de queimaduras.
De acordo com o HR, a menina, de dois anos, que é a filha do casal, e o marido, de 37 anos, ainda seguem hospitalizados na unidade em Presidente Prudente e o estado de saúde deles é considerado estável.
Como foi preso em flagrante por ter incendiado a casa da família e tentado matar a esposa e a própria filha, o homem continua sob escolta da Polícia Militar no HR.
Três pessoas de uma mesma família ficaram feridas em decorrência de um incêndio em uma residência no Jardim Panorama, em Álvares Machado, no último sábado (23). Um homem, de 37 anos, suspeito de atear fogo no imóvel de alvenaria, foi preso em flagrante por tentar matar as próprias esposa, de 21 anos, e filha, de apenas dois anos de idade.
De acordo com as informações repassadas pelo Corpo de Bombeiros, as vítimas tiveram queimaduras de segundo grau e, depois de socorridas, foram encaminhadas ao HR), em Presidente Prudente, para receber atendimento médico.
Ainda conforme a corporação, o fogo foi combatido pelos próprios civis, que conseguiram apagar as chamas no imóvel, na Rua Graça Aranha, próximo a um campo de futebol.
A Polícia Civil deu início às investigações para apurar as causas e circunstâncias do incêndio e formalizou a prisão em flagrante do homem, de 37 anos, apontado como o responsável por tentar matar as suas próprias esposa e filha ao atear fogo na residência da família.
As informações apuradas pela Polícia Civil indicaram que houve uma discussão entre o casal, durante a manhã do sábado (23), e o homem proferiu ameaças de morte à esposa. Ambos são casados há quatro anos, mas a esposa manifestou o desejo de terminar a relação com o marido.
Na sequência, segundo a polícia, ele pegou um recipiente plástico que continha gasolina, dispersou o líquido pela sala e pelo quarto onde estavam a esposa e a filha e, inesperadamente, ateou fogo, que rapidamente se espalhou pelo imóvel, em meio à discussão do casal.
Tanto o marido como a esposa e a filha sofreram queimaduras de segundo grau e foram hospitalizados no HR.
Todos seguem internados, mas a mulher foi transferida do HR, em Presidente Prudente, para um hospital de referência no tratamento de queimaduras, em Catanduva, nesta quarta-feira (27).
Mesmo internado, o homem segue preso no HR, sob escolta da Polícia Militar.
Homem foi preso por atear fogo à residência da família em Álvares Machado (SP) — Foto: Amanda Simões/TV Fronteira
Ele foi autuado por tentativas de feminicídio, contra a mulher, e de homicídio, contra a filha, além de outras três circunstâncias qualificadoras, ou seja, emprego de fogo, vítima menor de 14 anos e recurso que impediu a defesa das vítimas. Além disso, também irá responder pelo crime de ameaça.
Segundo a Polícia Civil, o homem negou o crime e alegou que o incêndio começou no fogão da residência.
No entanto, a equipe do Instituto de Criminalística realizou perícia no imóvel e indicou maior incidência das chamas no quarto e também localizou um galão plástico com resquícios de líquido inflamável.
Essas constatações, somadas à versão da vítima, segundo a Polícia Civil, refutou a tese de “acidente” apontada pelo autuado.
“Em uníssono relato da vítima adulta, infere-se que o indiciado moveu sua conduta homicida em razão da condição do sexo feminino de sua esposa, em meio a discussão e ameaças de morte vinculadas ao desejo de término do relacionamento”, fundamentou o delegado da Polícia Civil responsável pelas investigações sobre o caso, João Paulo Tardin.
“Trata-se, portanto, de mais um infeliz caso de sexismo doentio e machismo elevado às últimas consequências, ao ponto de tentar contra a vida de filha consanguínea de apenas dois anos de idade, demonstrando toda a periculosidade do increpado e manifesto desprezo pela vida humana feminina. Por tais razões, afigura-se incidente a qualificadora do feminicídio”, salientou Tardin.