No vídeo, é possível ver dois ciclistas pedalando pelo acostamento, com luzes em suas bicicletas, quando aparece um caminhão, que inicialmente era o suspeito de ter provocado o acidente (assista acima).

Em seguida, uma moto em alta velocidade entra no acostamento e atropela um dos ciclistas, o policial militar Daniel Akira Shimamura. O PM, que tinha 43 anos, chegou a ser socorrido em estado grave e levado ao Pronto Socorro Central, mas não resistiu aos ferimentos.

Após o acidente, ainda é possível ver mais três motos, todas também em alta velocidade e seguindo a motocicleta que se acidentou.

Uma das linhas de investigação, segundo o delegado Cledson Luiz do Nascimento, era de que o motociclista que morreu e outros três praticavam racha quando ocorreu o acidente. A hipótese foi levantada após o acesso da polícia a essas imagens de circuito de segurança.

“Pelas imagens, aparentemente a moto passa pelo acostamento e atinge o ciclista sem nenhum abalroamento ou contato no caminhão, que era a suspeita inicial. A partir dessas imagens, verificamos que muito possivelmente esse trágico acidente tenha sido causado como fruto de um possível racha”, explica o delegado Cledson Luiz do Nascimento.

Os três motociclistas que estavam com Felipe Ajala, que tinha 33 anos, foram identificados e dois deles já prestaram depoimento na última terça-feira (3). Um deles admitiu que estava acima da velocidade permitida, porém, negou a prática de racha.

De acordo com o delegado, o motociclista disse que “possivelmente Felipe tenha se assustado com a luz de freio do caminhão, que diminuiu a velocidade no declive, e, como ia entrar na traseira, derivou a direita e colheu o ciclista no acostamento”, esclarece Cledson.

Além dos dois motociclistas, foram ouvidos também a viúva de Felipe, o ciclista que acompanhava o policial militar Daniel Akira e um mecânico de motos de uma oficina da Vila São Paulo, local próximo ao acidente e onde os motociclistas teriam se encontrado. O terceiro motociclista que aparece nas imagens ainda deve ser ouvido durante a semana.

Ainda de acordo com o delegado, as imagens passarão por perícia, mas outros indicadores coletados no acidente, como o velocímetro da moto acidentada travado na marca de 120 km/h, sugerem, junto com as imagens, o excesso de velocidade de todos os motociclistas. No local do acidente, a velocidade permitida é de 80 km/h.

O caso foi registrado inicialmente como homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas pode mudar se ficar comprovado que houve o racha, termo usado para designar uma disputa de corrida entre veículos em local proibido. A prática é considerada crime e, se resultar em morte, a pena pode chegar a dez anos de prisão.

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