Os 17 vereadores de Bauru (SP) voltaram a se reunir nesta segunda-feira (7) para a primeira sessão ordinária de 2022 com duas matérias polêmicas na pauta: a criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar a compra de imóveis para a Secretaria de Educação e o reajuste do funcionalismo municipal. Ambas foram aprovadas.
A instauração da CEI foi aprovada com o placar de 14 votos a favor e apenas dois contrários – eram necessários nove votos para a aprovação do pedido. Votaram contra os vereadores Miltinho Sardin (PTB) e Júnior Rodrigues (PSD), líder do governo na Câmara. O presidente Markinho Souza (PSDB) só votaria em caso de empate.
Logo após a aprovação também foi definida a composição da CEI, que será presidida por Mané Losila (MDB), com relatoria de Eduardo Borgo (PSL). São membros os vereadores Serginho Brum (PDT), Chiara Ranieri (DEM) e Júnior Lokadora (PP).
Em entrevista à TV TEM antes da aprovação, a prefeita Suéllen Rosim (Patriota) criticou o pedido de mais uma CEI, a quarta investigação em seu mandato.
“Preferimos debater o investimento em educação, ao contrário de debater o não-investimento. Isso tem um cunho muito mais político do que técnico, mas em ano eleitoral há outras coisa que infelizmente fazem parte do processo”, disse a prefeita.
Segundo o autor do pedido, vereador Eduardo Borgo, a CEI tem o objetivo de apurar as desapropriações de imóveis, através de declarações de utilidade pública, a serem utilizados pela Secretaria Municipal da Educação.
O processo de compra de imóveis, ocorrido durante o ano de 2021, totalizou um aporte financeiro da pasta de Educação de cerca de R$ 34,8 milhões.
O grupo fará a primeira reunião para o planejamento dos trabalhos nesta quarta-feira (9), às 14h. As atividades são públicas e serão realizadas no plenário da Câmara.
Além da abertura da CEI, outro assunto muito aguardado nesta primeira sessão ordinária do ano votou o reajuste no salário de servidores municipais. O projeto é de autoria da prefeitura e propõe um aumento de 10,06%, índice que corresponde à reposição da variação da inflação do ano passado.
Servidores ocuparam as galerias para pressionar contra aprovação do reajuste nos salários do funcionalismo — Foto: Anderson Camargo/TV TEM
Por conta da votação, a galeria ficou cheia de servidores, que compareceram para pressionar os vereadores a rejeitar o projeto. Os servidores defendem um reajuste maior.
Apesar da presença dos servidores, o projeto foi aprovado por unanimidade. No plenário, mesmo os vereadores que são oposição à prefeitura, decidiram aprovar o projeto. Esta foi a segunda vez que o projeto entrou em discussão neste ano – a primeira foi em janeiro, durante uma sessão extraordinária.
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