Final de mais um ano se aproxima e, com ele, a esperança renovada, expectativa de “novos ares” e, também, novos lares. Isso porque, em termos de novos negócios imobiliários, sejam eles residenciais ou comerciais, o potencial de mercado sob o viés de oferta e demanda tende a continuar crescendo, segundo o subdelegado regional do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) em Bauru, Carlos Alberto Tojeiro Damiati.
No início de 2020, com a declaração da pandemia do coronavírus pela Organização Mundial da Saúde (OMS), havia um receio de que o setor sofresse com os prejuízos, uma vez que a economia e os negócios foram paralisados. Entretanto, contrariando esta tendência, o ramo apresentou resistência e sinais de recuperação em 2021.
Ao g1, Damiati conta que essa tendência de “aquecimento” do mercado imobiliário se explica, entre outros motivos, pelo juros em baixa que facilitou o lançamento de empreendimentos ao mesmo tempo em que atraíram compradores e investidores.
Inclusive, as concessões de novos empréstimos para a compra da casa própria por pessoas físicas bateram recorde neste ano ao somar R$ 152,8 bilhões de janeiro a outubro, segundo informações do Banco Central.
Carlos Alberto Tojeiro Damiati, subdelegado regional do Creci em Bauru, diz que o “aquecimento” do mercado imobiliário, contraria o que se esperava por conta da pandemia — Foto: Carlos Alberto Tojeiro Damiati /Arquivo Pessoal
“A pandemia prejudicou todos os setores, inclusive o imobiliário. Porém, essa alta no potencial de mercado que o manteve ‘aquecido’ se deve por conta de sinais de recuperação, desde 2019 que vínhamos percebendo. O juros em 2020 estava baixo, chegando a 3%, o que facilitou tanto a compra quanto a venda”, explica o subdelegado regional do Creci.
Não à toa, o número de lançamentos de imóveis no país aumentou 39% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com igual período de 2020, de acordo com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Ao todo, foram lançadas 26.384 unidades no período.
Por essas e outras, a projeção para o ano de 2022 é que o mercado imobiliário continue em alta. Em relação à locação de imóveis residenciais para Bauru e região, segundo Carlos, é perceptível que ocorreu uma estagnação em 2020, por conta da pandemia. Em 2021, entretanto, espera-se uma melhora de cerca de 70%.
“Com a volta às aulas presenciais, os estudantes retornam para Bauru, que é uma cidade amplamente universitária e abarca muitos jovens que dependem de um aluguel de apartamento. Então, as locações tendem a aumentar em 70%”, comenta Damiati.
Ainda de acordo com Carlos, já o setor comercial sofreu menos que o residencial em 2020 porque os comerciantes relutaram em “abandonar o barco”, já que muitos usam o empreendimento, por exemplo, como fonte primordial de renda. Por isso, para 2021, a expectativa é uma melhora de 50%.
Além disso, Carlos reforça que houve, sim, uma readequação das lojas e dos escritórios para espaços mais reduzidos. Se antes uma loja ou galpão possuía de 3.000 a 4.000 metros quadrados, a escolha dos comerciantes para 2022 deve privilegiar espaços de até 1.000 metros quadrados, o que corresponde a uma adaptação às necessidades acentuadas com o isolamento social.
“A gente observa uma tendência para espaços menores no comércio, pois as empresas estão se adaptando, em vista dos novos hábitos que a pandemia nos trouxe, como o home office ou o trabalho híbrido”, salienta.
Sob a supervisão de Mariana Bonora.
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