Região de Presidente Prudente tem, pelo menos, 50.610 hectares de matas preservadas distribuídas em 11 municípios | Presidente Prudente e Região

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No dicionário, floresta é definida como um “denso conjunto de árvores que cobrem vasta extensão de terra; mata”. Contudo, para todo tipo de vida, ela muito mais do que isso, já que o bem-estar da população mundial depende de sua conservação. No Oeste Paulista, há pelo menos 50.610 hectares de matas preservadas em três Parques Estaduais, distribuídas em 11 municípios. E neste domingo (17), Dia de Proteção às Florestas, o g1 traz alguns detalhes sobre essas áreas tão importantes para a região.

Em 2020, o Brasil possuía 507.711.836 hectares cobertos por florestas e 55.932.942 hectares de formação natural, mas não florestal, de acordo com a plataforma de dados MapBiomas, que é uma iniciativa do SEEG/OC (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima).

Entre os biomas brasileiros, a Mata Atlântica sobressai pela região de Presidente Prudente (SP), e também no quesito ameaças devido ao desmatamento, caça e outros crimes.

Parque Estadual do Rio do Peixe — Foto: Fundação Florestal

Parque Estadual do Rio do Peixe — Foto: Fundação Florestal

No Estado de São Paulo, há pelo menos 4.695.195 hectares de Mata Atlântica distribuídos em 151 Unidades de Conservação geridas pela Fundação Florestal. Deste total, 50.610 hectares estão no Oeste Paulista:

  • Parque Estadual do Aguapeí, com 9.043,97 hectares distribuídos nos municípios de Junqueirópolis (SP), Monte Castelo (SP), São João do Pau d’Alho (SP), Guaraçaí (SP), Nova Independência (SP) e Castilho (SP).
  • Parque Estadual do Rio do Peixe, com 7.720 hectares distribuídos nos municípios de Dracena (SP), Ouro Verde (SP), Piquerobi (SP) e Presidente Venceslau (SP).
  • Parque Estadual do Morro do Diabo, com 33.845,33 hectares localizados no município de Teodoro Sampaio.

Conforme ressaltou ao g1 Natália Henriques, gestora do Parque Estadual do Aguapeí, a biodiversidade abrigada por estas áreas “é riquíssima”, com destaques para o mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus), endêmico na região sudoeste do Estado de São Paulo, que encontra refúgio para sua população no Morro do Diabo, e para o cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus), espécie ameaçada que possui distribuição bastante limitada no território paulista e habita as regiões alagadiças dos parques estaduais do Aguapeí e do Rio do Peixe.

Mico-leão-preto está entre as espécies que habitam o Pontal do Paranapanema — Foto: Gabriela Cabral Rezende

Mico-leão-preto está entre as espécies que habitam o Pontal do Paranapanema — Foto: Gabriela Cabral Rezende

“Localizados em uma região em que a cobertura florestal se encontra reduzida, o PE Morro do Diabo preserva a maior reserva de Mata Atlântica do interior do Estado e os PE Aguapeí e PE Rio do Peixe protegem extensas áreas de várzeas e toda a biodiversidade associada aos ambientes alagadiços”, disse Natália Henriques ao g1.

As áreas ainda “apresentam importância no cenário internacional, uma que vez são reconhecidas pela Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura] como zonas núcleos da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica Brasileira (um dos biomas mais biodiversos do mundo)”.

“Estas áreas florestadas fornecem abrigo, alimento e demais recursos para a vida de centenas de espécies silvestres, muitas delas sob algum grau de ameaça, tais como anta, bugio e onça-parda”, ressaltou ao g1 a gestora do PE Aguapeí.
Cervo-do-pantanal, no Parque Estadual do Rio do Peixe — Foto: Fundação Florestal

Cervo-do-pantanal, no Parque Estadual do Rio do Peixe — Foto: Fundação Florestal

Segundo contou Natália Henriques, os parques têm uma administração voltada à implantação de cinco grandes programas:

  • Manejo dos recursos
  • Uso público
  • Conhecimento
  • Integração com o entorno
  • Atividades operacionais

“Os cuidados e ações voltam-se à proteção da fauna e flora, à restauração de habitats degradados e à interação entre a sociedade e a natureza, com desenvolvimento de visitas educacionais e a prática do ecoturismo. O desenvolvimento de pesquisas científicas e programas de monitoramento são fundamentais assim como o estabelecimento e fortalecimento de parcerias que aumentam os esforços para a conservação destas áreas”, destacou ao g1 a gestora.

Para o segundo semestre, Natália Henriques destacou a continuidade do Programa de Monitoramento de Grandes Mamíferos e de Primatas no Parque Estadual do Morro do Diabo e os Programas de Restauração Florestal dos PEs do Aguapeí e do Rio do Peixe.

Parque Estadual do Aguapeí — Foto: Fundação Florestal

Parque Estadual do Aguapeí — Foto: Fundação Florestal

  • Projeto de monitoramento identifica espécies inéditas de mamíferos no Parque Estadual do Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio
  • Em plena luz do dia, onças-pintadas são flagradas após caça a macacos-pregos no Parque Estadual do Morro do Diabo; veja VÍDEO

As áreas também contam com fiscalizações periódicas, que visam a identificar problemas ambientais e coibir atos contra a fauna e a flora, tais como caça, pesca, coleta de recursos e o acesso irregular de pessoas às áreas protegidas.

“As equipes de vigilantes dos parques realizam rondas diárias, incursões nas matas e mesmo a fiscalização embarcada, vindo a atuar juntamente com a Polícia Militar Ambiental em ações integradas no território protegido”, explicou.

Incêndio que atingiu o Parque Estadual do Aguapeí, em Castilho (SP), em setembro de 2020 — Foto: Defesa Civil

Incêndio que atingiu o Parque Estadual do Aguapeí, em Castilho (SP), em setembro de 2020 — Foto: Defesa Civil

Até setembro, boa parte do Brasil enfrenta a época da estiagem, período com um registro baixo ou zerado de índice pluviométrico, o que favorece incêndios florestais e em diversos tipos de vegetação.

“Para enfrentamento da estiagem e buscando minimizar a ocorrência de incêndios florestais, os três parques estão organizados em um Polo Regional da Operação Corta-Fogo, que conta com recursos materiais e humanos para atuar em ocorrências de fogo”, salientou ao g1 a gestora do Parque Estadual.

Ainda segundo explicou Natália Henriques, previamente, os parques mapeiam áreas as áreas de risco, delimitam pontos estratégicos, implantam aceiros, realizam treinamentos e ações de educação ambiental e fortalecem a rede de parceiros que atuam na prevenção e combate.

“O objetivo central é evitar a ocorrência de incêndios nas áreas protegidas, bem como minimizar os impactos negativos e otimizar as ações de resposta no caso de ocorrência de fogo”, finalizou ao g1.

Incêndio atingiu o Parque Estadual do Rio do Peixe, em Ouro Verde (SP), em setembro de 2021 — Foto: Polícia Militar Ambiental

Incêndio atingiu o Parque Estadual do Rio do Peixe, em Ouro Verde (SP), em setembro de 2021 — Foto: Polícia Militar Ambiental

Um pouco mais sobre as UCs da região…

O Oeste Paulista abriga três Unidades de Conservação (UCs) geridas pela Fundação Florestal. Todas estão na categoria “Parque Estadual” e são do bioma “Mata Atlântica”.

  • Parque Estadual do Aguapeí

Criado em 1998 como forma de compensação pelos impactos ambientais decorrentes da construção e funcionamento da Usina Hidrelétrica Porto Primavera e está localizado no noroeste do Estado de São Paulo, com 9.043,97 hectares. Sua sede administrativa está localizada em Nova Independência.

Presente na Bacia Hidrográfica do Rio Aguapeí, a floresta estacional semidecidual possui diversos estágios de regeneração, e vegetação arbórea/arbustiva/herbácea de várzea. Foram registradas 154 espécies da flora e 396 espécies de animais vertebrados. A espécie-símbolo do parque é o Cervo-do-pantanal, espécie que vive em pântanos de alta vegetação, considerado criticamente ameaçado de extinção no Estado de São Paulo. Nas várzeas do Parque, essa espécie encontra alimento, abrigo e condições para sua reprodução.

Parque Estadual do Aguapeí — Foto: Fundação Florestal

Parque Estadual do Aguapeí — Foto: Fundação Florestal

  • Parque Estadual do Rio do Peixe

A área delimitada do Parque Estadual abrange municípios que possuem o Rio do Peixe como limite territorial e está presente na Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe. Criado em 2002, com 7.720 hectares, é fruto de compensação ambiental em razão dos impactos decorrentes da formação do lago da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, no Rio Paraná, no distrito de Porto Primavera, em Rosana (SP). Junto ao PE do Aguapeí, cumpre a função de preservar os últimos trechos de ecossistemas de várzeas, que existiam em grande parte dos rios paulistas que desembocavam no Rio Paraná.

Com características semelhantes ao Pantanal, esse trecho do Rio do Peixe é conhecido como “Pantaninho Paulista”. É ainda um dos últimos locais em São Paulo onde reside o cervo-do-pantanal, mamífero ruminante, encontrado em pântanos de alta vegetação. São os maiores veados da América do Sul, chegando a medir a 2 metros de comprimento.

A avifauna do parque é muito rica, existindo várias espécies ameaçadas de extinção. O destaque vai para a anhuma (Anhima cornuta), cientificamente muito pouco estudada.

Parque Estadual do Rio do Peixe — Foto: Fundação Florestal

Parque Estadual do Rio do Peixe — Foto: Fundação Florestal

  • Parque Estadual do Morro do Diabo

Criado em 1941 como uma reserva, a unidade tornou-se parque apenas em 1986, com o objetivo de preservar uma das últimas áreas de floresta de planalto do país. É uma das áreas núcleos da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica Brasileira.

A unidade, que fica na Bacia Hidrográfica do Pontal do Paranapanema, abriga uma das quatro áreas de proteção com mais de 10.000 hectares de floresta tropical estacional semidecidual, que originalmente cobria parte dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.

O bom estado de conservação de sua área de quase 34.000 hectares de Mata Atlântica de interior permite a ocorrência de importantes espécies de fauna, inclusive algumas ameaçadas de extinção, como anta, queixada, bugio, puma e onça-pintada, além de uma das espécies de primata mais ameaçada do mundo, o mico-leão-preto, que encontra no Parque refúgio para a sua maior população livre.

Com relação à flora, o parque abriga a maior reserva peroba-rosa, espécie importante para trabalhos de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas.

Parque Estadual do Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio (SP) — Foto: Fundação Florestal

Parque Estadual do Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio (SP) — Foto: Fundação Florestal

Pesquisadores flagraram onça-pintada no Parque Estadual do Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio (SP) — Foto: Helder Henrique de Faria

Pesquisadores flagraram onça-pintada no Parque Estadual do Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio (SP) — Foto: Helder Henrique de Faria

Parque Estadual do Aguapeí — Foto: Fundação Florestal

Parque Estadual do Aguapeí — Foto: Fundação Florestal

URBANIZAÇÃO E MEIO AMBIENTE NO OESTE PAULISTA


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Fonte: G1


17/07/2022 – Rádio Cidade FM

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