Ao g1, Gabriel Cantarin Simões, de 26 anos, contou que em sua primeira viagem para o país há 5 anos não conseguiu os investimentos que precisava. Na época, com 21 anos, o estudante de Análise de Sistemas tinha o sonho, mas não o conhecimento.
“A rede social na época não deu certo, primeiro porque eu não tinha capacidade técnica de desenvolver o projeto, nunca havia tido minha própria empresa. Por isso, não conseguia responder dúvidas de investidores sobre o negócio. Por exemplo, quanto a rede social vai faturar?”, explica.
Na época com 21 anos, o estudante tinha o sonho, mas não o conhecimento para arrecadar os investimentos — Foto: Gabriel Cantarin Simões /Arquivo Pessoal
Com essas inúmeras dúvidas, Gabriel, que morava na Califórnia, aplicou para um projeto de aceleração da Plug and Play, no Vale do Silício, onde passou 6 meses estudando as redes sociais e entendeu que, naquele momento, o Waving não daria certo.
“No Vale do Silício passei meses estudando as redes sociais e cheguei ao entendimento que o Waving não daria certo naquele momento, não conseguiria levantar dinheiro e nem satisfazer o que os investidores esperavam. Por isso, optamos por desistir”, diz.
Apesar de ter ganhado muito conhecimento com a jornada no Vale do Silício, o estudante não conseguiu levantar investimentos. Nesse período, Gabriel já havia trancado a faculdade de Análise de Sistemas e, por isso, resolveu voltar para o Brasil.
Gabriel se formou na Draper University, com bolsa de 100% em um curso de administração com foco em startups — Foto: Gabriel Cantarin Simões /Arquivo Pessoal
Entretanto, 4 meses depois, o estudante recebeu uma proposta por e-mail para estudar em uma universidade, a Draper University, com bolsa de 100% em um curso de administração com foco em startups.
“Fiz uma vaquinha para comprar a passagem, vendi um violão que tinha na época e fui embora para a Califórnia de novo com a cabeça aberta. Na Draper foi onde aprendi a gerir um negócio”, diz.
Se antes o aplicativo não deu certo, 11 meses depois de Gabriel e os sócios retornarem a trabalhar no Waving, a empresa já passou a valer R$ 6 milhões — Foto: Gabriel Cantarin Simões /Arquivo Pessoal
Após mais uma temporada nos Estados Unidos onde também trabalhou em duas startups, neste ano o desenvolvedor passou um tempo refletindo sobre o próprio projeto que nasceu em 2016. Enfim, resolveu retomar o Waving, “dar uma nova chance” e chegou a uma solução para o tão sonhado aplicativo.
“Senti um carinho por ele de novo, parei para pensar porque naquele momento em 2016 o aplicativo não deu certo. Voltei a estudar redes sociais e cheguei a uma resposta aos problemas do Waving e reformulei a ideia”.
Por isso, a rede social, que antes era baseada em geolocalização, foi remodelada e está com “cara nova”. Diferente de antes que o Custo de Aquisição Por Cliente (CAC) era alto e, por isso, não seria fácil conseguir reter pessoas geograficamente longe, hoje, esse fator não é relevante.
“O maior problema de antes que é o CAC, hoje é quase uma solução para tornar o aplicativo mais interessante. Hoje, não importa se as pessoas estão longe geograficamente umas das outras”, explica.
Além disso, a rede social é gamificada, com a mecânica de um stories do Instagram, no sentido do conteúdo ser instantâneo e com o alcance do TikTok, onde pessoas do mundo todo recebem o conteúdo postado pelo usuário e podem interagir.
“Ser gamificada significa que tudo que você faz na rede social te dá moedas. Então, ganhar seguidor, curtidas, ver foto de outros perfis, convidar amigos te ajuda a liberar novas funcionalidades, entre elas aumentar o seu alcance orgânico”, afirma.
O Waving, que antes era baseado em geolocalização, foi remodelado e está com “cara nova” — Foto: Gabriel Cantarin Simões /Arquivo Pessoal
Inclusive, conta com um diferencial em relação a outras redes sociais. Isso porque, para proteger o conteúdo que é enviado, ele acompanha uma “marca d’água” com o nome de quem recebeu as imagens para possibilitar a identificação do destinatário e evitar que vazem sem autorização.
Se antes o aplicativo não deu certo, 11 meses depois de Gabriel e os sócios retornarem a trabalhar no Waving, a empresa já passou a valer R$ 6 milhões. O próximo passo para o estudante é voltar à Califórnia em janeiro, dessa vez preparado para levantar novos investimentos.
“Estou realizando um sonho. A jornada de uma startup, apesar de parecer retilínea, é um eterno ciclo de lançar a ideia, aprender com ela, e voltar ao começo. É um passo de cada vez. Hoje eu reconheço muitas fraquezas minhas e é onde trago pessoas para me ajudar a inovar e complementam a empresa”, relata.
*Sob a supervisão de Mariana Bonora.
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