Produtores colhem safra do milho Verde | Nosso Campo

O milho verde é um tipo de lavoura tradicional no Brasil e tem uma importância grande para pequenos e médios produtores. Dependendo da estratégia de quem planta, é possível colher o ano todo. O mercado está favorável e os preços na roça estão agradando.

Quando a área urbana termina, começa o milharal. E a plantação é bonita: tudo verde. No início, Alexsandro Delfino ficou preocupado com o clima. Os longos períodos de estiagem de 2021 foram um duro golpe para quem tinha lavoura.

Nesta safra, ele optou pelo plantio tardio. A chuva veio quando precisava e os pés de milho, com dois metros de altura, são uma prova de que deu tudo certo. “Está excelente”, diz ele.

São quase quatro hectares de espigas com o mesmo padrão. Elas estão bem granadas e com tamanho adequado para o mercado.

Além de estar satisfeito com a produtividade, Alexsandro comemora o preço na hora de comercializar. Atualmente, a tonelada é vendida por R$ 600, mas ele espera receber R$ 800, com o comprador se responsabilizando pela colheita. Com esse preço, vai conseguir pagar os custos e ter um bom lucro, que não virá apenas das espigas.

(Vídeo: veja a reportagem exibida no programa em 27/02/2022)

Longos períodos de estiagem prejudicam produtores de milho

O milho verde é uma cultura que vai bem região na região de Sorocaba (SP). É possível plantar o ano todo. No município de Araçoiaba da Serra (SP), a produção passa de 15 mil toneladas por ano. A produtividade média gira em torno de oito toneladas por hectare. E esse é um tipo de plantação que acaba atraindo muitos agricultores.

Na propriedade de João Pedro Benevides, há um ciclo de reaproveitamento que gira em torno da cultura do milho. Não há desperdício, mesmo quando o clima não ajuda e a safra não vai tão bem. “A gente trabalha com a parte de sustentabilidade”, explica.

A propriedade tem 50 hectares destinados ao milho, que é cultivado de forma escalonada para que haja oferta o ano inteiro. Na fábrica de beneficiamento, as espigas passam por máquinas, que já retiram a palha e a massa dos grãos. O restante vai para a alimentação dos animais.

A agroindústria processa por dia em média dez toneladas de milho verde, e produz 15 variedades diferentes de produtos. Bolos, pamonhas, curau, sorvetes atendem não só uma loja própria, mas já são comercializados para quatro estados.

O desafio é produzir muito, mantendo a qualidade que consumidores tradicionais apreciam. Por dia, são 1,2 mil pamonhas e três mil litros de suco de milho, sem contar os bolos, curaus e sorvetes que vão sendo produzidos à medida que o mercado pede. São delícias que fazem sucesso e que ficam ainda melhores quando a safra ajuda.