Cerca de 40 detentos voluntários da Penitenciária I de Balbinos (SP) participaram da 9ª fase do projeto “Tecer a Vida”, que busca ajudar pacientes com câncer. O programa, que começou em 2016, rendeu 320 peças de crochê, como tapetes artesanais, toucas, chaveiros, bonecos (amigurumis), entre outros.
Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), o material é doado para a realização de bazares e rifas, e todo o dinheiro arrecadado é investido no tratamento de pacientes do Hospital de Câncer de Barretos (SP).
Ainda segundo a assessoria da SAP, foram os detentos quem compraram parte do barbante e linha para a confecção dos itens. O restante da matéria-prima foi doada pela Associação Voluntária de Combate ao Câncer (AVCC) de Barretos.
O programa busca, também, promover uma mudança de hábitos para inserir os presos no contexto de ações solidárias tanto dentro quanto fora do presídio, quando retornarem ao convívio social, conforme destaca o Agente de Segurança Penitenciária (ASP) e coordenador do projeto “Tecer a Vida”, Paulo Oliveira dos Santos.
“As ações superaram as minhas expectativas, pois já estamos na nona fase do programa, totalizando mais de três mil produtos artesanais doados ao Hospital de Câncer de Barretos, o que contribui para o tratamento dos pacientes. Já são cinco anos com esse propósito de fazer o bem ao próximo e pretendemos continuar”, diz.
Realizado desde 2016, projeto da Penitenciária I está na nona fase e reuniu 40 detentos — Foto: Secretaria da Administração Penitenciária/Divulgação
A assessoria da SAP informou que, para um dos detentos que participou da ação, o trabalho realizado serve como terapia em meio ao ambiente do cárcere.
“Me sinto útil ao próximo e desperta em mim um sentimento de poder amenizar o sofrimento de pessoas com câncer, levando amor e esperança a elas”, destaca.
Durante o período de realização do projeto, foram diversas atividades, como palestras e diálogos entre presos e representantes do Hospital de Câncer, exibição de vídeos com teor reflexivo referente ao trabalho realizado pela unidade de saúde e apresentação do livro de poesias escrito por um dos detentos que atuam no programa.
Paralelo à produção dos itens artesanais, a Penitenciária I arrecadou mais de 30 mil tampas plásticas de diversos recipientes, como garrafas pets, shampoos, desodorantes, entre outros.
A iniciativa busca trocar o material por cadeiras de rodas, já que, segundo a assessoria, dez mil tampinhas equivalem a uma cadeira.
Programa busca promover uma mudança de hábitos para inserir os presos no contexto de ações solidárias tanto dentro quanto fora do presídio — Foto: Secretaria da Administração Penitenciária/Divulgação