A Polícia Civil de Bauru (SP) abriu um inquérito para investigar um suposto erro médico. A família de uma mulher de 44 anos afirma que durante procedimentos médicos, o intestino dela teria sido perfurado.
Segundo informações do marido e da irmã da paciente, Andréa Patrícia Alves aguardou dois anos na fila do SUS para uma cirurgia de retirada de um cisto no ovário e quando foi chamada, o médico disse que não encontrou nada.
Polícia investiga denúncia de suposto erro médico feita por família de paciente em Bauru
O atendimento aconteceu no dia 30 de novembro na Maternidade Santa Isabel. O empresário Sandro Luís Ortega afirma que o ginecologista chegou a operar Andréia e colocou um dreno. No dia seguinte, deu alta pra mulher. Só que ela não estava passando bem, segundo o marido.
“Ele falou que num tinha cisto e só tirou a aderência e que se ela tivesse bem no outro dia, conseguindo caminhar e fosse ao banheiro, ela estaria de alta. Mas no outro dia a enfermeira tentou tirar o dreno e não conseguiu, chamou uma médica que também não conseguiu. Foi quando disseram que ela teria que ir para o centro cirúrgico novamente”, conta.
Dias depois, com febre e dores, a paciente, que mora em Lençóis Paulista, precisou ser levada pra uma unidade de saúde. Lá, funcionários encaminharam ao Hospital de Base, em Bauru, onde passou por cirurgia. A ficha preenchida pelo médico relata que o intestino estava perfurado.
Andréia tem 44 anos e segue internada em estado grave na UTI do Hospital de Base — Foto: TV TEM / Reprodução
A reportagem da TV TEM conversou com o médico Pedro Tobias acusado de erro médico pela família. Ele afirmou que quando atendeu Andréia, não encontrou nenhum cisto. Disse ainda que ele mesmo deu alta pra ela dias depois porque ela estava bem.
“Dei alta porque ela estava bem, não reclamou de nada. A única dificuldade foi a retirada do dreno que a enfermeira me chamou e eu retirei e ela foi para casa”, afirma o médico.
O médico também informou que a perfuração no intestino pode ter acontecido por complicações do quadro da paciente, depois que ela passou pelo primeiro procedimento. ”Perfuração significa fistula e como aconteceu que é o ‘X’ da questão, porque é intestino grosso e ele não superficial. Pode ter sido no exame, na aderência dela, mas não é reconhecido que tenha sido algum erro nosso, pode ser do quadro da doença dela e se eu soubesse não teria deixado isso acontecer.”
O marido da Andréia registrou boletim de ocorrência e a Polícia Civil instaurou inquérito pra investigar o caso. “Vamos ouvir os enfermeiros, já solicitamos informações clínicas e encaminhamos solicitações para o Instituto de Criminalística e ao final vamos ouvir os médicos envolvidos no suposto erro”, explica o delegado Dinair José da Silva.
Andréa Patrícia Alves tem 44 anos e é mãe de três filhos. Segundo informações dos familiares, ela está internada na UTI no Hospital de Base desde o dia 8 de dezembro, passou por duas cirurgias e permanece intubada.
Em nota, a maternidade Santa Isabel informou que Andréia deu entrada na unidade no dia 30 de novembro para passar por uma cirurgia e que durante o procedimento, foi detectada a necessidade de “uma intervenção mais complexa”.
A paciente, segundo o hospital, recebeu alta no dia 2 de dezembro, em bom estado de saúde. Na mesma nota a maternidade disse que Andréia retornou no dia 6 de dezembro e passou por nova avaliação e exames, sendo transferida para o Hospital de Base de Bauru e que permanece à disposição da família.
O Conselho Regional de Medicina informou que até o momento não foi notificado sobre o caso.
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