A Polícia Civil prendeu, nesta terça-feira (29), 14 pessoas nas cidades de São Paulo, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Agudos e Cajamar, todas no estado de SP, por envolvimento em golpes aplicados em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul. No total, devem ser cumpridos 33 mandados de prisão preventiva e 64 mandados de busca de apreensão.
De acordo com a Polícia Civil, todos os investigados são de São Paulo e aplicavam o golpe do cartão clonado, também conhecido como golpe do motoboy. Nesse tipo de crime, o golpista liga se passando por funcionário de um banco, informa enganosamente que o cartão de crédito do cliente foi clonado, pede a senha para o cliente e informa que um motoboy vai até o endereço buscar o cartão.
“É uma organização criminosa estruturada. Só nos inquéritos dessa ação, identificamos 30 vítimas, todas idosas, que tiveram um prejuízo total de cerca de R$ 1,5 milhão”, diz a delegada Débora Dias, titular da Delegacia de Proteção ao Idoso e Combate à Intolerância (DPICOI), de Santa Maria.
A operação está sendo realizada pela DPICOI, de Santa Maria, com apoio do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope) de SP. Fruto de 10 meses de investigações, a ação gerou cinco inquéritos policiais que identificaram os crimes de organização criminosa e estelionato.
Além de 14 policiais de Santa Maria enviados a São Paulo, mais de 100 agentes das cidades paulistas participaram da operação.
Foram apreendidos ainda notebooks, cartões de banco, R$ 9,3 mil em dinheiro, telefones celulares, munições, 11 pendrives, um modem e máquinas de debito e crédito. Os policiais identificaram também um local utilizado como central telefônica para a aplicação dos golpes.
“É bem comum que esses golpes aconteçam em outras cidades ou estados, para dificultar a investigação. Nesses crimes que estamos investigando, todo o golpe era feito virtualmente, de forma remota. Em vez de enviar um motoboy, os golpistas orientavam a vítima a fazer o download de um aplicativo que permitia acesso à conta bancária”, explica a delegada.
Para evitar o golpe, a delegada indica que, em caso de suspeita, o cliente vá até o banco e busque informações, para evitar que os golpistas se passem por representantes do banco por mensagens ou telefone.
Foram cumpridas 33 ordens judiciais de prisão preventiva e 64 mandados de busca — Foto: Polícia Civil/Divulgação