O setor imobiliário na região de Presidente Prudente (SP) passou por diversos momentos no segundo semestre de 2021. Da venda ao aluguel de casas e apartamentos, houve oscilações, conforme dados do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP), que ainda ressaltou que o Oeste Paulista é uma área importante, com grande movimentação financeira, com investimentos sólidos e uma preferência por residências.
De agosto a novembro, para compra, houve o predomínio pelo financiamento, imóveis de até R$ 200 mil, padrão médio, fora da área central e nobre. Já as locações, o aluguel médio foi de R$ 1,2 mil, com três quartos e também em demais regiões fora o Centro e bairros de alto padrão.
Em entrevista ao g1, o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto, afirmou que o Oeste Paulista é uma região expressiva, por onde passam rodovias importantes que ligam a outras regiões de destaque.
Compra e venda de imóveis variou bastante em 2021 — Foto: Stephanie Fonseca/g1
“Muitas vezes existem cidades e capitais que não têm a mesma movimentação financeira. Uma economia tão forte. O investimento no mercado imobiliário em Presidente Prudente e região é sólido, não tem negócios duvidosos ou aleatórios”, falou Viana Neto.
É um conjunto de 57 municípios do Oeste Paulista que o Creci-SP considera como a região de Presidente Prudente. Uma das características é ter uma cidade muito grande e no entorno cidades bem pequenas.
“Às vezes, uma cidade menor, a frequência de negociação de casas e apartamentos é baixa, mas tem boa frequência relacionada a galpões. É uma região com comércio de propriedade rurais. Mesmo que não faça parte da pesquisa, vale a pena mencionar que é um mercado muito aquecido”, disse.
Para quem quer conquistar o imóvel próprio, as casas são as mais procuradas.
“É uma questão cultural da região a preferência por casas. A porcentagem da venda de apartamentos existe, mas é pequena. Só não compra quem não tem condições e a locação persiste por esse motivo porque tem quem não consegue comprovar renda e não consegue um financiamento imobiliário”, comentou.
A respeito das locações, ele salientou que há uma quantidade muito menor de apartamentos disponíveis se comparada com a de casas.
“É também uma cultura mais focada em casas do que em apartamentos”, falou.
Procura por aluguel de imóveis cresceu em agosto de 2021 — Foto: Heloise Hamada/g1
Porém, o presidente do Creci-SP pontuou que Presidente Prudente tem uma “frequência de locação fantástica”, apesar de a pandemia ter atrapalhado o segmento.
“A maioria dos corretores e imobiliárias vive mais da locação do que da compra e da venda, justamente por causa das universidades e faculdades. A pandemia atrapalhou muito. Esse setor passou por grandes dificuldades e só voltou a melhorar no ano passado com o retorno das aulas”, frisou.
Viana Neto falou que o público estudantil, na maioria das vezes, tenta reduzir ao máximo os custos.
“Eles [estudantes] acabam escolhendo imóveis pequenos ou para dividir com dois, três, até quatro colegas, numa faixa de preço que varia de R$ 800 a R$ 1,3 mil. A região também é mais central, que geralmente é mais degradada, com valores menores. A procura por zonas nobres, nesse caso, é muito menor”, ressaltou.
Presidente Prudente (SP) é a maior cidade do Oeste Paulista — Foto: Maycon Morano/M2 Comunicação
O financiamento é a modalidade mais buscada para a aquisição de imóveis. A pesquisa feita pelo Creci-SP apontou que a instituição bancária mais procurada é a Caixa Econômica Federal no segundo semestre de 2021.
Viana Neto explicou que o mercado imobiliário envolve muito dinheiro e a maioria não tem o montante necessário.
“Por isso, essa busca pelo financiamento. Ele é bom porque a pessoa, a partir do momento em que está no imóvel e pagando por ele, está capitalizando este imóvel, no momento em que quiser vender, vai poder ter lucro. Muitas vezes, o valor da parcela do financiamento é o menos ou até menor do que a pessoa pagava de aluguel e ela está investimento em um imóvel próprio”, enfatizou.
Entretanto, Viana Neto ponderou que qualquer alteração nas taxas de juros pode impactar os negócios.
“A taxa é importantíssima. Ela que vai fixar o valor da prestação. Se o banco, ao fazer a análise do comprometimento da renda familiar, verificar que vai ter um grande impacto, ele pode não aprovar o recurso”, afirmou.
Procura por aluguel de imóveis cresceu em agosto de 2021 — Foto: Heloise Hamada/g1
Por isso, para fechar negócio, é importante também avaliar o contexto econômico.
“A negociação direta com o proprietário é muito usual para quem tem recurso entrando ou pessoas que conseguem dar uma entrada de 50%, 60% do valor total e depois fazem o pagamento em até 30 vezes. Isso é muito bom para ambas as partes. Porém, é uma pequena quantidade de pessoas que faz esse tipo de negócio. Em Presidente Prudente, há uma porcentagem razoável porque é uma região que circula dinheiro”, falou.
Ele também comentou sobre os pagamentos à vista.
“Normalmente, quando se tem pagamento à vista, é porque a pessoa vendeu um imóvel e tem o recurso próprio e não fica dependendo de financiamento. Quando você tem esse recurso próprio, consegue negociar condições melhores do que com o financiamento. Com dinheiro na mão, dinheiro na hora, gera mais possibilidades confortáveis para os dois lados”, frisou.
Muito diferente das demais 17 regiões do Estado de São Paulo, o Oeste Paulista liderou as negociações por meio de consórcios. De agosto a novembro, houve um salto, passando de 2,78% para 20%, algo nunca visto pelo Creci-SP.
“Eu acredito que na região deva ter alguma empresa de consórcio atuante. São cotas contempladas, evidentemente que alguém vendeu para ter contratos. Geralmente, aparece com porcentagem zero, chega a ser estranho ter 20%”, salientou.
O consórcio é um autofinanciamento, com uma contribuição de uma parcela mensal feita por um grupo de pessoas. Todos os meses, um ou mais participantes podem ser contemplados e, dessa forma, conseguir comprar o imóvel.
“Optar ou não pelo consórcio é uma questão de renda familiar. Quando tem renda que permite pagar o aluguel e ao mesmo tempo pagar a cota de consórcio, é uma boa forma de capitalização, de chegar ao imóvel próprio. Quando a pessoa não tem essa condição, é melhor recorrer ao financiamento”, alertou.
Presidente Prudente (SP) é a maior cidade do Oeste Paulista — Foto: Maycon Morano/M2 Comunicação
Os dados foram coletados com 33 imobiliárias e corretores credenciados, em Presidente Prudente, Dracena (SP), Martinópolis (SP), Pirapozinho (SP), Presidente Epitácio (SP), Teodoro Sampaio (SP) e Tupi Paulista (SP). Houve queda de 36,3% nas vendas de imóveis usados e aumento de 12,05% na locação de imóveis, se comparados ao mês anterior.
A preferência pelas casas predominou nos dois casos, foram 80% nas vendas e 90,4% nos aluguéis. No caso das compras, os negócios fechados foram, em sua maioria, de até R$ 300 mil. A média do aluguel ficou em R$ 1.000.
Participaram da pesquisa imobiliárias e corretores de Dracena, Junqueirópolis (SP), Martinópolis, Narandiba (SP), Osvaldo Cruz (SP), Pirapozinho, Presidente Bernardes (SP), Presidente Prudente, Regente Feijó (SP), Rosana (SP), Teodoro Sampaio e Tupi Paulista.
Na comparação entre setembro e agosto, as vendas de casas e apartamentos na região de Presidente Prudente subiram 5,21%. As locações caíram 14,29%.
O preço médio das vendas ficou em até R$ 200 mil e o aluguel em R$ 750, com locação somente de casas.
De acordo com a pesquisa, as vendas de casas e apartamentos cresceram 16,81%. As locações aumentaram 25% em comparação a setembro.
O total de imóveis vendidos na região de Presidente Prudente ficou dividido da seguinte forma: 86,67% para casas e 13,33% para apartamentos. A preferência foi por imóveis de até R$ 300 mil e o aluguel de residências ficou em R$ 750.
As vendas de casas e apartamentos usados na região de Presidente Prudente caíram 25,52% em comparação com o mês anterior, com preço médio de R$ 200 mil. Pelo terceiro mês seguido, houve apenas aluguéis de casas, com valor médio de R$ 1.250.
Dados de modalidade de pagamento da venda de imóveis, segundo pesquisa realizada pelo Creci-SP na região de Presidente Prudente (SP) — Foto: g1
Dados da faixa de preço da venda de imóveis, segundo pesquisa realizada pelo Creci-SP na região de Presidente Prudente (SP) — Foto: g1
Dados da localização dos imóveis vendidos, segundo pesquisa realizada pelo Creci-SP na região de Presidente Prudente (SP) — Foto: g1
Dados do tipo imóveis vendidos, segundo pesquisa realizada pelo Creci-SP na região de Presidente Prudente (SP) — Foto: g1
Quantidade de dormitórios das casas vendidas, segundo pesquisa realizada pelo Creci-SP na região de Presidente Prudente (SP) — Foto: g1
Área útil das casas vendidas, segundo pesquisa realizada pelo Creci-SP na região de Presidente Prudente (SP) — Foto: g1
Quantidade de vagas na garagem das casas vendidas, segundo pesquisa realizada pelo Creci-SP na região de Presidente Prudente (SP) — Foto: g1
Quantidade de dormitórios dos apartamentos vendidos, segundo pesquisa realizada pelo Creci-SP na região de Presidente Prudente (SP) — Foto: g1
Área útil dos apartamentos vendidos, segundo pesquisa realizada pelo Creci-SP na região de Presidente Prudente (SP) — Foto: g1
Quantidade de vagas dos apartamentos vendidos, segundo pesquisa realizada pelo Creci-SP na região de Presidente Prudente (SP) — Foto: g1
Valor do aluguel dos imóveis, segundo pesquisa realizada pelo Creci-SP na região de Presidente Prudente (SP) — Foto: g1
Localização dos imóveis alugados, segundo pesquisa realizada pelo Creci-SP na região de Presidente Prudente (SP) — Foto: g1
Tipo dos imóveis alugados, segundo pesquisa realizada pelo Creci-SP na região de Presidente Prudente (SP) — Foto: g1
Quantidade de dormitórios das casas alugadas, segundo pesquisa realizada pelo Creci-SP na região de Presidente Prudente (SP) — Foto: g1
Área útil das casas alugadas, segundo pesquisa realizada pelo Creci-SP na região de Presidente Prudente (SP) — Foto: g1
Quantidade de vagas na garagem das casas alugadas, segundo pesquisa realizada pelo Creci-SP na região de Presidente Prudente (SP) — Foto: g1
Quantidade de dormitórios dos apartamentos alugados, segundo pesquisa realizada pelo Creci-SP na região de Presidente Prudente (SP) — Foto: g1