Os desafios femininos | psicoblog


No dia oito de março é comemorado mundialmente o Dia Internacional da Mulher, graças a um protesto liderado por mulheres na Rússia, em meio a Revolução de 1917, reivindicando melhores condições de trabalho. E de lá pra cá continuamos lutando pelos nossos direitos, principalmente por respeito.

Nosso papel na sociedade tem sido cada vez mais reconhecido, principalmente em espaços que antes eram ocupados apenas por homens. É inegável que tivemos muitas vitórias e transformações. Contudo, apesar da data simbolizar a luta das mulheres por direitos iguais, ainda não é o suficiente para falarmos em representatividade, uma vez que a desigualdade pode ser vista em vários contextos.

No mercado de trabalho, ainda há assimetrias históricas de gênero. Há empresas, por exemplo, que remuneram mulheres com um salário menor que os homens, embora ocupem o mesmo cargo. Nas posições de liderança, como as executivas as mulheres ainda constituem a minoria. E, muitas delas, quando ocupam estes cargos, sofrem preconceito. Claro que nem sempre explícito, mas, culturalmente, a visão de um líder ainda é associada ao sexo masculino.

Na esfera doméstica, há queixas sobre a desigualdade na divisão de tarefas, incluindo os cuidados com os filhos. Inconscientemente ou não, a sociedade ainda atribui às mulheres estas responsabilidades, resultando em jornadas duplas ou triplas. Com isso, estas expectativas sociais acabam influenciando a decisão de muitas mulheres em não investirem na carreira, abrindo mão de oportunidades de trabalho.

Neste mesmo espaço do lar, que para muitas tem significado de aconchego, para outras representa medo. A violência doméstica, e seus desdobramentos maléficos contra mulheres, têm estatísticas assustadoras, apesar das inúmeras campanhas e leis que procuram punir os agressores e proteger as vítimas.

Os sintomas da vida pós-moderna também determinam à mulher padrões de beleza rígidos, com dicas de dieta e de como se manter sempre jovem. Tais parâmetros, quando levados a extremos, podem provocar distúrbios, comprometendo a sua saúde física e mental. Com relação à sexualidade, muitas não conseguem alcançar a plenitude sexual, mesmo havendo maior liberdade nas últimas décadas, uma vez que o assunto ainda é cercado de conceitos morais.

De qualquer maneira, apesar do breve panorama descrito, não há dúvida de que as mulheres cresceram profissionalmente e acumularam conquistas importantes ao longo da história. Claro que com isso, novas responsabilidades e desafios também surgiram, porém nem sempre positivos. O próprio conceito de mulher moderna, transmite a imagem de uma super mulher e, como tal, dá conta de tudo. Só que ninguém é tão perfeito assim. Acontece que muitas delas aceitam isso sem questionar e abraçam a difícil tarefa de conciliar a vida profissional, pessoal e os cuidados com a família, dificultando o reconhecimento dos próprios limites, com posturas prejudiciais à própria mulher como corresponder à expectativa dominante.

O que fica patente é que, apesar das inúmeras conquistas femininas, a desigualdade de gênero e a dinâmica sexista, presentes em muitos ambientes, ainda atravessam a nossa história. São valores disfuncionais que, mesmo se revelando de forma sutil no dia a dia, tem impacto suficiente para minar a autoestima da mulher, piorando ainda mais a sua qualidade de vida, seja pessoal ou do trabalho, mas que, no final das contas, reflete em todos nós.

Créditos: Joselene L. Alvim – psicóloga



Fonte: G1


07/03/2022 – Rádio Cidade FM

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