A estreia da nova Organização Social (OS) contratada pela Prefeitura de Bauru (SP) para gerenciar os serviços de saúde nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Bela Vista e do Ipiranga não foi como o esperado na manhã deste sábado (1º) e marcado pela ausência de vários médicos.
Segundo vereadores da Comissão de Saúde da Câmara, que fizeram uma fiscalização logo às 7h do primeiro dia do ano, quatro médicos não compareceram para trabalhar no plantão, sendo três deles na UPA do Ipiranga e um na UPA da Bela Vista. Em nota, a prefeitura admitiu a ausência de dois médicos na unidade da Vila Ipiranga.
Para minimizar a situação, a prefeitura escalou a futura secretária de Saúde, a médica Alana Trabulsi Burgo, e um diretor da própria OS para cobrir a ausência dos médicos plantonistas ausentes na UPA do Ipiranga.
Segundo a prefeitura, a Secretaria de Saúde está acompanhando o processo de transição da gestão de serviços médicos nas duas UPAs. A pasta ainda está sob o comando do vice-prefeito Orlando Costa Dias – Alana Burgo deve assumir o cargo nesta semana.
O secretário e servidores da pasta estiveram nas unidades neste sábado, logo após a Organização Social de Medicina e Educação de São Carlos (Omesc) assumir. Apesar da ausência dos médicos, a prefeitura afirmou que “o atendimento para a população acontece normalmente, sem registro de filas ou demora”.
Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde, a contratação da nova OS, que substitui a Fersb apenas nessas duas UPAs, ocorreu “seguindo todos os trâmites legais, com chamamento público que obedeceu a todas as etapas necessárias”.
Segundo os vereadores da Comissão de Saúde, foi identificado um entrave entre alguns médicos plantonistas que estariam reivindicando o recebimento dos mesmos valores pagos pela Fundação Estatal Regional de Saúde (Fersb), a OS que gerenciava essas duas UPS até o último dia de 2021.
De acordo com os vereadores, a Fersb contratava médicos plantonistas por intermédio de pessoas jurídicas (PJ) e pagava R$ 1,5 mil por plantão. Segundo os parlamentares, ao assumir, a Omesc anunciou uma remuneração de cerca de R$ 1,3 mil e vários médicos não estariam aceitando trabalhar por um valor menor.
Diante do impasse, os vereadores da Comissão de Saúde pediram à prefeitura que abra as portas do Pronto Socorro Central (PSC) à população, colocando médicos e demais funcionários à disposição, até que a situação se normalize.
Desde novembro do ano passado, o PSC vem atendendo apenas pacientes referenciados, ou seja, aqueles encaminhados de unidades de urgência e emergência, como as UPAs, Samu e bombeiros.