O Ministério Público (MP) de Bauru (SP) entrou na Justiça com uma ação civil pública contra o ex-presidente da Companhia Habitacional de Bauru (Cohab), Edison Bastos Gasparini Júnior, por improbidade administrativa.
O motivo é uma viagem para a Europa, com destino à Bélgica, que ele e outras duas ex-funcionárias da empresa, uma delas já falecida, fizeram sob a justificativa de participar de um evento que não teria ocorrido. Todas as despesas foram pagas com dinheiro da Cohab
O anúncio da ação aconteceu um dia depois a Justiça começar a ouvir novos depoimentos na atual fase da ação penal que investiga desvios de quase R$ 55 milhões da Cohab, na qual Gasparini Júnior é um dos principais investigados.
A ação foi aceita pela Justiça com base nas investigações do Gaeco, que desencadeou a Operação João de Barro em dezembro de 2019.
O MP também pediu a quebra do sigilo bancário dos envolvidos no período da viagem à Europa e dos 60 dias anteriores ao embarque.
Os promotores apontam ainda que a Cohab teria recebido um documento supostamente emitido pela Casa Civil da Presidência da República convidando Gasparini a participar de um “fórum internacional de habitação” em Bruxelas, na Bélgica, entre os dias 8 e 10 de maio de 2012.
Mas o MP afirma que a Casa Civil da Presidência da República nunca enviou o convite. As três pessoas citadas, além de viajar para a Bélgica, estiveram ainda em Londres e em Paris.
Consultada pelo g1, a defesa de Gasparini Júnior informou que ainda não teve acesso ao processo e que, por isso, não pode se manifestar.
As investigações apontam um esquema comandado pelo ex-presidente da Cohab com desvios criminosos e milionários de dinheiro diretamente do caixa da companhia, que foram praticados por mais de 12 anos ininterruptamente, entre 2007 e 2019, segundo os promotores.
Mais de R$ 1,6 milhão foram apreendidos durante operação do Gaeco em Bauru — Foto: Arquivo pessoal
No dia da operação foram apreendidos na casa de Gasparini, além dos mais de R$ 1,6 milhão, notas de euros, dólares e outras moedas estrangeiras.
Atualmente, bens do ex-presidente da Cohab, da mulher, da filha e da sogra dele, além dos de um ex-diretor da companhia que também são investigados, estão bloqueados pela Justiça. O bloqueio é de quase R$ 55 milhões de acordo com o valor que teria sido desviado pelos investigados. O Gaeco chegou a pedir a prisão de Gasparini em 2021, mas a Justiça indeferiu.
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