
Uma igreja localizada em Lins (SP) foi considerada patrimônio histórico tombado do município por ser um dos quatro templos do mundo dedicados à cultura e religião gregas.
Popularmente conhecida como “igreja dos gregos”, ela é frequentada por uma comunidade pequena de fiéis, com cerca de 20 a 30 pessoas, mas carrega um grande teor histórico. Por isso, está sendo restaurada para resgatar a cultura e a originalidade do local.
Lins abriga um dos quatro templos do mundo dedicados à cultura e religião gregas
O nome oficial da igreja é Greco Melquita Católica. Com ritos bizantinos, diferente dos costumes latinos e cheia de simbologia e significados, ela foi erguida em 1958, por Stefâno Vassiliadis, um grego que chegou ao Brasil na década de 50.
A obra foi feita em homenagem à Nossa Senhora Panaghya Tsambica, da Ilha de Rodes, na Grécia, como forma de agradecimento a uma colheita volumosa na plantação de arroz que Stefâno tinha na cidade.
Ao todo, são 159 ícones, como são chamadas as pinturas, mas não existem imagens, nem esculturas. A igreja ficou fechada por alguns anos e parte da beleza foi desgastada, mas tudo está sendo recuperado por dois religiosos e restauradores sacros profissionais da Argentina.
Igreja está sendo restaurada para resgatar a cultura e a originalidade grega do local — Foto: Arquivo pessoal
A irmã Makrina e o sobrinho dela, o padre Cectários, vieram de Concórdia, da província de Entre Rios, com a missão de restaurar o espaço.
“Não tínhamos conhecimento dessa joia maravilhosa, então, quando começamos a nos aprofundar na história da igreja, foi algo que despertou em nós o interesse por resgatá-la”, explica o padre.
Em dez anos de restauração, eles calculam que já fizeram um terço de todo o serviço necessário. Isso porque o volume de trabalho é grande e a restauração em si é bastante complexa, demorada, cara e, muitas vezes, falta apoio financeiro.
Irmã Makrina e o sobrinho dela, o padre Cectários, vieram de Concórdia com a missão de restaurar a igreja — Foto: Reprodução/TV TEM
“A restauração é uma profissão que demanda muito conhecimento, porque, na química, se eu misturar algum produto que não é compatível com aquele que foi pintado antes, estarei destruindo uma obra de arte antiga. Então, é complexo e minucioso”, comenta.
A igreja fica aberta a visitação todas as quartas-feiras, das 14h às 17h, e as missas são celebradas todos os sábados, às 19h30h.
Igreja ficou fechada por alguns anos e parte da beleza foi desgastada, mas tudo está sendo recuperado por dois religiosos — Foto: Arquivo pessoal
Procurada pela TV TEM, a prefeitura alegou que realizou um trabalho de limpeza próximo ao local e que colocou no cronograma para o ano que vem o recapeamento do asfalto. Além disso, a Guarda Patrimonial reforçou a segurança no local.
Ainda segundo a prefeitura, a reivindicação de um muro no entorno da igreja está sendo verificada no jurídico para checar questões legais e financeiras da obra.
Ao todo, são 159 ícones, como são chamadas as pinturas, e não existem imagens, nem esculturas — Foto: Arquivo pessoal
*Colaborou sob supervisão de Ana Paula Yabiku