A Justiça negou nesta terça-feira (10) a ação civil de improbidade administrativa do Ministério Público que pedia a quebra de sigilo bancário dos ex-vereadores de Bauru (SP) Fábio Manfrinato e Sandro Bussola, e também do ex-presidente da Cohab Edson Bastos Gasparini Júnior.
De acordo com o MP, a ação foi motivada pelas anotações encontradas na agenda da ex-secretária de Gasparini, que detalham os custos de viagens feitas pelos parlamentares a Brasília (DF).
Esse é mais um desdobramento da Operação João de Barro, deflagrada em 2019. Segundo as investigações do Ministério Público, pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o ex-presidente da Cohab, Edison Gasparini Júnior é acusado de desviar R$ 54.879.400,00 da companhia.
O dinheiro deveria ter sido usado para o pagamento de dívidas da Cohab com a Caixa Econômica Federal, referente a seguros habitacionais que não foram pagos entre os anos de 1998 e 2010, um montante no valor de R$ 190 milhões.
Caso Cohab: Ministério Público ajuíza ação civil contra dois ex-vereadores de Bauru
As investigações apontam um esquema comandado pelo ex-presidente da Cohab com desvios criminosos e milionários de dinheiro diretamente do caixa da companhia, que foram praticados por mais de 12 anos ininterruptamente, entre 2007 e 2019, segundo os promotores.
No dia da operação, foram apreendidos na casa de Gasparini, além dos mais de R$ 1,6 milhão, notas de euros, dólares e outras moedas estrangeiras. À época, ele solicitou o afastamento da presidência para que as investigações pudessem ocorrer sem qualquer interferência e com total transparência a fim de apurar todos os fatos.
Mais de R$ 1,6 milhão foram apreendidos durante operação do Gaeco em Bauru — Foto: Arquivo pessoal
O processo na esfera criminal segue em andamento e, segundo o Gaeco, já foram ouvidas 23 testemunhas de acusação. Neste momento, a Justiça ouve as testemunhas de defesa, e ainda tem depoimentos agendados para o mês de agosto.
Ao final dos depoimentos das testemunhas e da fase de instrução, o Gaeco deve agendar o interrogatório das partes citadas.
A ação, que tramita em primeiro grau, apura suposto crime de peculato que teria sido cometido pelo ex-presidente da Cohab.
Em notas enviadas à TV TEM, os ex-vereadores Fábio Manfrinato e Sandro Bussola disseram que nunca fizeram viagens com verba da Cohab. Já Edson Bastos Gasparini Júnior disse que ainda não foi notificado sobre essa nova fase das investigações.