Para celebrar o Dia Mundial do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), no dia 13, o Instituto NeuroVida fala tudo que você precisa saber sobre o TDAH, seus sintomas e diagnóstico, quais os melhores tratamentos para ele e o que o Instituto oferece de melhor em terapia. Essa data vem para lembrar a importância da conscientização sobre o transtorno e suas consequências para os portadores.
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é considerado de origem neurobiológica, com causas genéticas, sendo mais comum em crianças e adolescentes. “A literatura aponta uma amostra de crianças diagnosticadas com TDAH entre 5% e 6% da população infanto-juvenil. É um percentual considerável” explica Julio Agante Fernandes (CREFITO 3 / 19233-F), doutor em Saúde Pública e proprietário do Instituto NeuroVida.
Os sintomas aparecem até os 12 primeiros anos de vida em 95% dos pacientes, sendo que 60% deles podem apresentar algum desses sinais até os 7 anos de idade.
“De forma geral, é a partir do contato com o professor ou psicopedagogo nas escolas que começa a se observar essas alterações comportamentais que levantam a suspeita”, define Julio.
O TDAH se manifesta pela combinação de dois tipos de sintomas: a desatenção e a hiperatividade/impulsividade.
“Dentro dessa sintomatologia geral, são relacionados 18 sintomas, que são divididos em três grupos: nove são relacionados à desatenção, seis relacionados à hiperatividade e três à impulsividade”, comenta o doutor.
Os 18 sintomas citados no DSM 5, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, são um grupo de sinais que ajudam a identificar se o TDAH é do tipo Hiperativo Impulsivo, tipo Desatento ou do tipo Misto ou Combinado, onde há uma soma dessas características.
Os sintomas do TDAH – Hiperativo Impulsivo é diagnosticado quando a criança apresenta seis sintomas de uma lista de nove:
II – Dificuldade de permanecer sentado;
III – Corre ou se movimenta com agitação em situações inadequadas;
IV – Incapacidade de brincar ou se envolver em atividades de lazer em silêncio;
V – Incapacidade de permanecerem sentadas em situações sociais como lojas, restaurantes, reuniões, por um longo período;
VII – Responde antes que a pergunta seja completada;
VIII – Dificuldade de esperar sua vez;
IX – Interrupção ou intromissão em conversas e jogos de outras pessoas;
Segundo Julio, o TDAH tipo Hiperativo Impulsivo faz com que a criança se movimente de forma constante, sendo inquietas e com dificuldades de manter foco, e não conseguem manter diálogos, interrompendo falas quando está interagindo.
“É comum identificar, são aquelas crianças que são tão ativas que o coleguinha está falando e elas terminam a frase para o coleguinha, já que para elas, o ritmo que aquela informação está sendo passada está muito baixo”, afirma.
Os sintomas do TDAH – Desatento também são nove, e para seu diagnóstico, a criança deve que apresentar ao menos seis dos nove sintomas:
I – Não dá atenção aos detalhes ou comete erros por descuido nas tarefas escolares, trabalho ou outra atividade;
II – Dificuldade de manter atenção em tarefas ou atividades lúdicas;
III – Não parece ouvir quando falam com ela diretamente;
IV – Não segue as instruções, não termina as tarefas escolares;
V – Dificuldade de organizar tarefas e atividades;
VI – Evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que exigem esforço mental sustentado;
VII – Perde coisas necessárias para tarefas e atividades;
VIII – Se distrai facilmente por estímulos externos e internos;
IX – Esquece-se de fazer as atividades diárias;
No tipo Desatento, as crianças têm dificuldade de captação de informação, com descuidos que podem ser perigosos.
“Coisas importantes como atravessar uma rua, descer uma escada. Geralmente cometem erros por não conseguirem manter a atenção. Apresentam dificuldade de memória e perdem foco de forma constante”, aponta.
O tipo Misto é quando a criança atende às diretrizes do TDAH Desatento e Hiperativo Impulsivo, ou seja, ela deve apresentar seis dos nove sintomas de cada uma dessas listas.
É possível encontrar manifestações comportamentais como agressividade, excitabilidade, inquietação, falta de parâmetros de moderação, irritabilidade. Também, essas crianças apresentam problemas relacionados ao desenvolvimento cognitivo e alterações de humor. “Falta de atenção, dificuldade de concentração, além de oscilação muito rápida entre excitação, raiva, ansiedade e depressão”, lista.
Sobre todas as questões de comportamento, cognitivas e de humor, Julio aponta que é importante lembrar-se que, em geral, as crianças têm um nível de atividade bastante alto. É preciso estar atento à principal diferença entre uma criança com TDAH de uma criança agitada:
“Uma criança que tenha uma agitação normal, quando solicitada a diminuir essa atividade e se ligar ou focar em alguma tarefa, ela consegue diminuir esse ritmo e se concentrar na atividade, executando-a na íntegra, independente da velocidade”, explica Julio.
Já a criança com TDAH, segundo ele, não consegue fazer a alteração de foco. Todas essas características começam a ser percebidas na escola, quando a criança precisa ficar sentada e se envolver no aprendizado.
Foto: Adriana (psicóloga, sentada) e Manoela (psicopedagoga, em pé) juntas com a pequena Letícia, de 10 anos, aplicando a metodologia MIG para trabalho de foco e concentração — Foto: Cedida
Por influenciar diretamente no comportamento da criança ou adolescente, o TDAH quando não diagnosticado e tratado, traz uma série de consequências para as crianças. Por terem dificuldade de interação, as crianças não conseguem fazer ou manter amigos. Também não conseguem seguir padrões e regras, sendo muitas vezes vistas como mal educadas. Por possuírem dificuldade de concentração, as crianças apresentam déficit de aprendizado ou baixo desempenho cognitivo, criando um estigma sobre elas.
Por ser um transtorno, alguns grupos de especialistas entendem que não há cura, mas há tratamento. Em geral, são utilizadas abordagens psicoterapêuticas e cognitivo-comportamentais, que permitem um controle desses sintomas.
De acordo com Julio, a melhor abordagem seria uma orientação familiar bem feita, acompanhamento medicamentoso, caso o médico responsável ache necessário, e treinamento das habilidades dessas crianças.
“Através de terapias ou psicoterapias comportamentais, acompanhamento educacional, oferecendo suporte extraclasse, todo um olhar voltado para que a criança se desenvolva com capacidade de compreensão sobre as repercussões que ela tem e como regular isso”, explica Julio.
Crianças e adolescentes com TDAH precisam de cuidados para que possam avançar e ter um bom estilo de vida. Julio lista algumas boas práticas que devem ser conservadas tanto na escola quando em casa, e que ajuda no desenvolvimento da criança com TDAH:
“Além disso, deve-se estimular a participação social, para fazer e manter amizades, estimular a independência dessa criança, para que ela possa organizar as atividades de sua vida se tornando cada vez mais autônoma”, diz Julio.
Foto: Adriana (psicóloga) e Gustavo, de 6 anos, em terapia com metodologia MIG, que trabalha atenção, concentração, foco e regras — Foto: Cedida
O tratamento para crianças com TDAH no Instituto NeuroVida é através do Método de Integração Global, o MIG. “Ele trabalha especificamente com psicoterapias, reeducação e reabilitação de repercussões como perda ou diminuição das habilidades motoras (andar, manter a postura dos segmentos corporais), alterações de comportamento ou das capacidades sensoriais e dificuldades em relação ao aprendizado”, reforça Julio. Todo o rol de práticas oferecidas pelo MIG está centrado e baseado em evidências científicas.
Por ser muito amplo, o MIG atende desde o TDAH até o Autismo, com um leque de intervenções que auxiliam na elaboração do tratamento, buscando atingir aquelas repercussões que as crianças apresentam. “Por exemplo, no caso do TDAH, nós temos Intervenções baseadas no Antecedente, que seria a organização de eventos ou circunstâncias que precedem a atividade ou demanda”, explica Julio. O tratamento tem a finalidade de aumentar a ocorrência de comportamentos que levam à redução de comportamentos inadequados nessas crianças.
Há, também, o Comportamento Cognitivo de Estratégias Instrucionais, com instruções sobre o gerenciamento ou controle de processos cognitivos que reduzem o comportamento social e acadêmico dessas crianças. O Reforço Diferencial de Comportamento Incompatível, que reforça o comportamento desejável e reduz os indesejáveis, fortalecendo as respostas positivas da criança.
“Essa técnica é importante porque à medida que isso vai acontecendo, essa criança vai percebendo as vantagens de executar os comportamentos adequados”, conta Julio.
Por fim, Julio comenta que o MIG também traz a Instrução Direta, abordagem que enfatiza o diálogo entre criança e interlocutor, promovendo aprendizagem, com exercícios que aos poucos modelam o comportamento da criança. “O MIG traz um rol muito grande de evidências científicas na área de psicoterapia que possibilita a gente trabalhar e melhorar o comportamento dessas crianças”, finaliza.
Foto: Adriana (psicóloga) e Letícia, usando a metodologia MIG. Além de trabalhar atenção e foco, a terapia também auxilia na coordenação motora fina e controle inibitório — Foto: Cedida
O Instituto NeuroVida é uma clínica de neuroreabilitação intensiva para atender crianças com as mais diversas neuropatologias, através de duas metodologias pautadas em evidências científicas. O TREINI7 e o MIG (Método de Integração Global) contemplam crianças que apresentam desde paralisia cerebral e desordens que comprometem o desenvolvimento motor, até crianças com autismo, déficit de inteligência, TDAH, dentre outros problemas neuroatípicos.