Grafiteira de Bauru é selecionada para festival que promove encontro de mulheres criadoras no Peru: 'Amor à primeira tinta' | Bauru e Marília


Os traços e cores da grafiteira de Bauru (SP) Hellen Mariane Monteiro Carbonaro, conhecida como Mari Monteiro, chegam a Lima, no Peru, na primeira semana de março. Isso porque a artista é uma das três brasileiras selecionadas para representar o país em um festival que promove o encontro de mulheres criadoras.

A edição do festival “Nosotras Estamos em La Calle”, que se traduz em “Nós Estamos na Rua” em português, começa nesta sexta-feira (4) e segue até o dia 8 de março, com o objetivo de celebrar o Dia Internacional da Mulher. O evento promove tanto atividades presenciais quanto virtuais.

Mari, de 30 anos, foi selecionada para participar na modalidade presencial. O talento, antes retido apenas nas paredes de Bauru, terá visibilidade também na capital peruana.

A grafiteira foi escolhida após uma análise do portfólio, enviado por e-mail, pela curadoria do festival. Mari conta que, no momento em que soube que havia sido selecionada, sentiu um misto de emoções.

Grafiteira foi escolhida após análise do portfólio, enviado por e-mail, pela curadoria do festival — Foto: Hellen Mariane Monteiro Carbonaro/Arquivo pessoal

Grafiteira foi escolhida após análise do portfólio, enviado por e-mail, pela curadoria do festival — Foto: Hellen Mariane Monteiro Carbonaro/Arquivo pessoal

“Duas amigas haviam sido selecionadas para participar virtualmente, mas no meu e-mail não havia nada. Fiquei atualizando constantemente e, na hora que vi que chegou o e-mail falando que eu fui selecionada, mas para estar de forma presencial, foi muita emoção”, conta.

A artista de Bauru diz que representar o país e as mulheres artistas urbanas é uma honra. A arte, para ela, é mais do que apenas trabalho, mas, também, uma maneira de viver, sentir e se expressar.

“Ser uma das representantes do Brasil é uma honra e também uma grande responsabilidade. Não é estar representando somente a mim, mas estou representando todas as mulheres artistas urbanas. É surreal. Arte é tudo para mim, o seu poder transformador é o que me move”, explica.

De malas prontas, Mari embarcou para São Paulo, com apoio da Secretaria Municipal de Cultura do município, na terça-feira (1º). De lá, seguiu com destino a Lima, onde passará dez dias entre os diversos tipos de arte: performances, exposições, poesias, apresentações de música, grafite e projeções audiovisuais.

Mari Monteiro, chega a Lima, no Peru, nesta primeira semana de março e pretende passar dez dias na cidade — Foto: Hellen Mariane Monteiro Carbonaro/Arquivo pessoal

Mari Monteiro, chega a Lima, no Peru, nesta primeira semana de março e pretende passar dez dias na cidade — Foto: Hellen Mariane Monteiro Carbonaro/Arquivo pessoal

A aventura no grafite começou quando a jovem tinha 23 anos e foi apresentada ao estilo por um amigo. Desde então, o dom floresceu e Mari passou a trabalhar com o calligraffiti, que seria uma desconstrução das letras. Comunicação, liberdade e transformação são as três palavras que a artista usou para definir o que as criações representam para ela.

“Foi amor à primeira tinta. Depois que comecei não parei mais. No tipo novo, eu brinco com palavras abstratas, letras, profundidade e cores. Gosto de brincar com o imaginário das pessoas”, salienta.

A grafiteira finaliza ao explicar que, como artista visual e arte educadora, participar de um festival internacional é de suma importância para a formação e capacitação dela enquanto mulher e ativista.

Isso porque ela afirma que, na história da arte, ao longo dos séculos, a inserção da mulher nesses espaços encontrou desafios, por vezes sentidos até os dias atuais.

“Ser mulher na arte é sempre um desafio. Na história da arte, tivemos predominantemente a visibilidade na pintura realizada por artistas homens em relação às mulheres, que, na maior parte do tempo, eram vistas como as musas, sendo pintadas, e nunca de fato como as pintoras, as artistas. Os homens sempre ocuparam um lugar de centralidade, consequência do sistema patriarcal no qual fomos formados. Ocupar esse lugar é um dever e direito nosso. Essa troca de experiência é uma ponte para conhecer novas culturas, estilos de vidas, rever valores, aprender sobre respeito mútuo entre as diferentes nações do mundo e, consequentemente, aplicar em nosso país”, garante.

Aventura no grafite começou quando a jovem tinha 23 anos e foi apresentada ao estilo por um amigo — Foto: Hellen Mariane Monteiro Carbonaro/Arquivo pessoal

Aventura no grafite começou quando a jovem tinha 23 anos e foi apresentada ao estilo por um amigo — Foto: Hellen Mariane Monteiro Carbonaro/Arquivo pessoal

*Colaborou sob supervisão de Mariana Bonora



Fonte: G1


04/03/2022 – Rádio Cidade FM

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