Quase todo mundo já teve uma noite mal dormida e, independente do motivo, cumprir as atividades no dia seguinte não foi nada fácil. Irritação, falta de concentração, mau humor, além dos cochilos em momentos inadequados.
Numa sociedade exigente, com rotina agitada, excesso de trabalho e informação, não é difícil encontrar por aí quem relate dificuldade para pregar os olhos. E apenas passar noites em claro não é sinônimo de insônia, como muitos pensam. Ela também se caracteriza de outras formas como acordar várias vezes durante a noite, dificuldade para pegar no sono ou despertar precoce.
O estresse, consequência das pressões diárias, quando intenso e frequente, impacta de maneira significativa a qualidade do sono, mesmo naquelas pessoas que não tem histórico de insônia. Os hormônios liberados no estresse mantêm a pessoa em estado de alerta, dificultando relaxar.
As exigências atuais, geram tensão e alteram os padrões de vida do indivíduo que, na maioria das vezes, nem percebe o perigo que está inserido. A dificuldade de gerenciar o próprio tempo, o acúmulo de tarefas, o excesso de afazeres e a falta de tempo para si, refletem nos hábitos do sono.
Não dormir bem, além da sonolência diurna, aumenta o cansaço físico e mental, há dificuldade de raciocínio, alteração da memória de curto prazo, funcionamento abaixo do potencial cognitivo, dentre outros danos. Com isso, no trabalho há queda na produtividade, tendência a cometer erros, atraso na entrega das tarefas, aumentando a ansiedade e o estresse.
Diante deste quadro, muitas pessoas optam pelo uso da medicação, porém sem orientação médica pode resultar outros problemas. É preciso compreender os fatores que contribuem para a insônia e trata-los para que o sintoma seja eliminado, pois há causas orgânicas, psicológicas e sociais. No caso do estresse contínuo a que o cérebro é submetido, há fadiga crônica e, com o cansaço mental, a pessoa não consegue desligar. Dorme, mas o sono não é reparador.
Sendo o sono uma das necessidades básicas fundamentais para o bem-estar do ser humano, para garantir uma boa noite é preciso rever os hábitos de vida de maneira que favoreça o descanso noturno, como adotar um horário regular de sono, isolar o ambiente de luz e barulhos, evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, cafeína e uso de cigarros.
Contudo, o mais importante é refletir sobre o estilo de vida atual, pois a sobrecarga física e psíquica nos fragiliza e como o estresse é um dos principais fatores que podem intervir em nosso sono, convém evitar situações que o potencialize. Assim, propor mudanças internas faz toda a diferença quando o assunto é qualidade de vida. Atitudes importantes como reconhecer os limites, saber dizer não, planejar o dia, além de valorizar e reconhecer as próprias potencialidades, são algumas das necessidades prioritárias que colaboram para uma boa saúde mental.
Créditos: Joselene L. Alvim- psicóloga