‘Ele falava sempre: eu amo Prudente’, diz irmã do ex-prefeito Florivaldo Leal em ato que lembrou os 56 anos do assassinato do político | Presidente Prudente e Região


“Ele falava sempre: eu amo Prudente”. Com essas palavras, Flora Leal Filizzola lembou-se emocionada do irmão, o ex-prefeito Florivaldo Leal, durante um ato simbólico que marcou o 56º aniversário de falecimento do ex-chefe do Poder Executivo de Presidente Prudente (SP). A celebração foi realizada no fim da tarde desta terça-feira (21), em frente à estátua construída em homenagem ao político, no Paço Municipal, que leva o nome de Florivaldo Leal.

“A celebração é de muita tristeza porque quando ele foi assassinado, coitado, era um rapaz cheio de vida. Ele fez muita coisa e não podia ter acontecido isso com ele, mas Deus quis assim. Eu tenho certeza que ele está com Deus”, afirmou Flora ao g1.

A irmã do ex-prefeito relatou ao g1 sobre o amor que o político tinha pela maior cidade do Oeste Paulista.

“[Ele] faz parte da história da cidade. Eu brincava muito com ele, porque ele tinha um amor muito grande por Presidente Prudente. Eu falava: eu sou daqui de Presidente Prudente e não ligo muito não. Ele falava sempre: eu amo Prudente”, declarou Flora.

A irmão de Florivaldo Leal ainda relembrou um episódio do ex-prefeito após a posse como chefe do Poder Executivo. “Quando ele tomou posse, na primeira noite que ele empossou, ele saiu de madrugada para consertar 17 pontes quebradas aqui na região”, concluiu Flora.

Ato simbólico lembrou o 56º aniversário de falecimento do ex-prefeito Florivaldo Leal, em Presidente Prudente (SP) — Foto: Wellington Roberto/g1

Ato simbólico lembrou o 56º aniversário de falecimento do ex-prefeito Florivaldo Leal, em Presidente Prudente (SP) — Foto: Wellington Roberto/g1

Segundo a coordenadora do Museu e Arquivo Histórico de Presidente Prudente, Valentina Romeiro Flores, o objetivo do ato foi preservar a memória de Florivaldo Leal.

“É a primeira vez na história que esse ato é feito. Esse ato é uma maneira de preservar a memória dele, porque ele foi o primeiro prefeito prudentino, nascido em Presidente Prudente, que foi eleito com uma votação expressiva, é o idealizador do Paço Municipal, que leva o nome dele, é o idealizador do Ginásio de Esportes, porque ele era esportista, então ele acreditava no esporte e na modernidade, e a gente tem certeza que se ele não tivesse sido assassinado ele seria um prefeito que levaria Prudente avante. Então essa é a importância de preservar a memória dele”, explicou Flores ao g1.

A coordenadora do museu ainda falou sobre a importância de um familiar do ex-prefeito participar do ato e também da preservação da história da cidade para futuras gerações.

“É uma honra receber um familiar dele aqui ainda. Nós fizemos o convite, foi prontalmente atendido, ficaram muito emocionados, porque além do Paço Municipal se chamar Florivaldo Leal, tem a escola Florivaldo Leal, também leva o nome dele, porque ele era um prefeito que acreditava na educação, no esporte, e manter essa memória viva para as futuras gerações é contar um pouquinho da história da cidade”, concluiu Flores.

O ato contou com a presença de representantes dos poderes Executivo e Legislativo e de autoridades civis e militares.

Ato simbólico lembrou o 56º aniversário de falecimento do ex-prefeito Florivaldo Leal, em Presidente Prudente (SP) — Foto: Wellington Roberto/g1

Ato simbólico lembrou o 56º aniversário de falecimento do ex-prefeito Florivaldo Leal, em Presidente Prudente (SP) — Foto: Wellington Roberto/g1

O dia 21 de dezembro de 1965 foi marcado por um dos episódios mais brutais da história de Presidente Prudente. Por volta das 17h30, o então prefeito Florivaldo Leal, quando se dirigia para a cerimônia de inauguração do Cine Ouro Branco, foi atacado em frente ao Paço Municipal por um servidor da Prefeitura.

Ele foi socorrido e levado ao então Hospital São Luiz, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no dia seguinte.

O crime causou na época enorme comoção na população devido à grande popularidade de Florivaldo Leal, um jovem político de apenas 36 anos.

O ex-prefeito é o patrono do Paço Municipal e tem uma estátua em sua homenagem localizada na frente da sede administrativa da Prefeitura.

Ato simbólico lembrou o 56º aniversário de falecimento do ex-prefeito Florivaldo Leal, em Presidente Prudente (SP) — Foto: Wellington Roberto/g1

Ato simbólico lembrou o 56º aniversário de falecimento do ex-prefeito Florivaldo Leal, em Presidente Prudente (SP) — Foto: Wellington Roberto/g1

Florivaldo Leal foi assassinado por um funcionário da Prefeitura, que lhe desferiu golpes de um cabo de madeira de uma ferramenta conhecida como “picareta”.

O jornalista Altino Correia, de 87 anos, que cobriu o fato na época pela Rádio Presidente Venceslau AM, lembrou ao g1 detalhes da história que já tem quase seis décadas.

“O prefeito havia descido as escadarias e saído do antigo Paço Municipal, um prédio que era conhecido como ‘Gaiolão’, e dirigia-se ao seu carro para buscar a esposa, dona Dionísia, e juntos irem à inauguração do Cine Ouro Branco, quando foi atacado”, contou Correia.

“Florivaldo foi assassinado por um servidor braçal da Prefeitura. O funcionário pretendia falar pessoalmente com o prefeito, mas a assessoria do chefe do Poder Executivo não permitiu que o servidor tivesse acesso a Florivaldo. Com isso, o prefeito foi atacado com golpes de madeira de um cabo de picareta. Foi uma morte brutal e traiçoeira. Primeiro, o funcionário acertou Florivaldo na nuca, pelas costas, e, depois, ainda desferiu outros golpes no prefeito já caído no chão”, recordou o jornalista.
Ato simbólico lembrou o 56º aniversário de falecimento do ex-prefeito Florivaldo Leal, em Presidente Prudente (SP) — Foto: Wellington Roberto/g1

Ato simbólico lembrou o 56º aniversário de falecimento do ex-prefeito Florivaldo Leal, em Presidente Prudente (SP) — Foto: Wellington Roberto/g1

Altino Correia salientou que o caso teve grande repercussão nacional na época, além do impacto local da morte do governante da cidade.

“Foi um fato que chamou a atenção de toda a comunidade. Todos sentiram os efeitos disso. Restaram a saudade e a memória”, pontuou o jornalista ao g1.

Anos mais tarde, Altino Correia também participou da cobertura jornalística do julgamento do assassino, no antigo Fórum de Presidente Prudente, ainda em um prédio no Centro da cidade, na esquina entre a Avenida Coronel José Soares Marcondes e a Rua Barão do Rio Branco, onde hoje funciona a Procuradoria do Estado de São Paulo. Na ocasião, o jornalista trabalhava na Rádio Presidente Prudente AM.

“O julgamento foi transmitido ao vivo pela rádio e a cidade parou para acompanhar o que estava acontecendo no Fórum. Esse conteúdo foi gravado em fita magnética e entregue ao acervo do Museu e Arquivo Histórico de Presidente Prudente. O réu foi condenado pelo crime, mas, devido à sua situação mental, acabou depois colocado em liberdade condicional. Posteriormente, ele morreu também assassinado”, citou Correia.

Ato simbólico lembrou o 56º aniversário de falecimento do ex-prefeito Florivaldo Leal, em Presidente Prudente (SP) — Foto: Wellington Roberto/g1

Ato simbólico lembrou o 56º aniversário de falecimento do ex-prefeito Florivaldo Leal, em Presidente Prudente (SP) — Foto: Wellington Roberto/g1

Ato simbólico lembrou o 56º aniversário de falecimento do ex-prefeito Florivaldo Leal, em Presidente Prudente (SP) — Foto: Wellington Roberto/g1

Ato simbólico lembrou o 56º aniversário de falecimento do ex-prefeito Florivaldo Leal, em Presidente Prudente (SP) — Foto: Wellington Roberto/g1

Ato simbólico lembrou o 56º aniversário de falecimento do ex-prefeito Florivaldo Leal, em Presidente Prudente (SP) — Foto: Wellington Roberto/g1

Ato simbólico lembrou o 56º aniversário de falecimento do ex-prefeito Florivaldo Leal, em Presidente Prudente (SP) — Foto: Wellington Roberto/g1

Ato simbólico lembrou o 56º aniversário de falecimento do ex-prefeito Florivaldo Leal, em Presidente Prudente (SP) — Foto: Wellington Roberto/g1

Ato simbólico lembrou o 56º aniversário de falecimento do ex-prefeito Florivaldo Leal, em Presidente Prudente (SP) — Foto: Wellington Roberto/g1



Fonte: G1


21/12/2021 – Rádio Cidade FM

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