Dia Internacional da Dança: Companhia Estável de Dança de Bauru comemora 10 anos de criação | Bauru e Marília


Datado nesta sexta-feira (29), o Dia Internacional da Dança é dedicado à celebração aos bailarinos que vivem desta modalidade artística. Em Bauru (SP), a Companhia Estável de Dança, referência àqueles que “respiram arte”, aproveita a data para lembrar os dez anos de existência, que serão completados em setembro deste ano.

Ao g1, o diretor da companhia, Sivaldo Camargo, de 60 anos, contou que a ideia de criar o projeto nasceu do desejo de levar musicalidade e ritmo aos palcos dos teatros de Bauru, descrita por ele como uma cidade que não possuía referências na dança. Depois de processos burocráticos, Sivaldo concretizou a iniciativa em 2012.

Sivaldo Camargo, de 60 anos, contou que a ideia de criar o projeto nasceu do desejo de levar musicalidade e ritmo aos palcos nos teatros de Bauru — Foto: Companhia Estável de Dança de Bauru/Divulgação

Sivaldo Camargo, de 60 anos, contou que a ideia de criar o projeto nasceu do desejo de levar musicalidade e ritmo aos palcos nos teatros de Bauru — Foto: Companhia Estável de Dança de Bauru/Divulgação

Ansioso por apresentações após ter conseguido o alvará para o funcionamento da companhia, Silvado só precisou de quatro meses para a estreia dos bailarinos com o espetáculo anunciado em setembro daquele ano.

O esboço da companhia foi criado baseado na Orquestra Sinfônica de Bauru. Hoje, com a base já construída, o diretor relembra que precisou de molejo para integrar os bailarinos e, mais do que isso, conquistar a credibilidade do público – responsável, segundo ele, por dialogar com os artistas por meio das expressões, como os aplausos ou vaias.

Sivaldo salienta que conquistar o público foi a principal e mais difícil missão enquanto diretor da companhia — Foto: Companhia Estável de Dança de Bauru/Divulgação

Sivaldo salienta que conquistar o público foi a principal e mais difícil missão enquanto diretor da companhia — Foto: Companhia Estável de Dança de Bauru/Divulgação

Inclusive, Sivaldo diz que conquistar o público foi a principal e mais difícil missão enquanto diretor de uma companhia. Ele explica que foi como introduzir um novo alimento a uma criança. A reação poderia ser positiva ou negativa, a depender do “paladar artístico” de cada um.

“Nos primeiros anos, a companhia partiu do nada, fomos construindo, acertando, errando. A partir do quinto ano, ela se estabeleceu, quando montamos um espetáculo sobre a vida de Frida Khalo”, relembra.

Com uma mistura de muita dedicação e uma trajetória de anos de aprendizados, Sivaldo comemora ao dizer que, enfim, esse desafio foi superado. “Não tínhamos o público de dança em Bauru. Sempre era um público restrito aos pais, aos parentes dos alunos. Isso foi superado, qualquer apresentação conseguimos lotar”, celebra.

Espetáculos apresentados pela companhia superam as expectativas do público a cada ano — Foto: Companhia Estável de Dança de Bauru/Divulgação

Espetáculos apresentados pela companhia superam as expectativas do público a cada ano — Foto: Companhia Estável de Dança de Bauru/Divulgação

Os espetáculos apresentados pela companhia superam as expectativas do público a cada ano. Com temas que levam à reflexão, o diretor se dedica a elaborar e criar peças impactantes, que, muitas vezes, retratam os traços da cultura brasileira.

De um simples esboço aos dez anos de uma companhia conhecida em toda a região de Bauru, o diretor comenta que ainda cultiva outros sonhos para os próximos dez anos de instituição.

“Uma companhia pública depende do poder público, então, espero uma sede própria, uma turma jovem para que possamos formar novos bailarinos. Espero uma bolsa maior para eles, para que eles possam ficar mais tempo. Também espero transporte melhor”, comenta.

Sivaldo explica duas principais lições para aqueles que querem ser bailarinos profissionais: dedicação e disciplina — Foto: Companhia Estável de Dança de Bauru/Divulgação

Sivaldo explica duas principais lições para aqueles que querem ser bailarinos profissionais: dedicação e disciplina — Foto: Companhia Estável de Dança de Bauru/Divulgação

A cada aula, ministrada com a mesma metodologia de quando a companhia foi criada, o diretor garante que passa aos alunos duas principais lições para aqueles que querem ser bailarinos profissionais: dedicação e disciplina.

“Ser bailarino não é fazer pirueta, levantar a perna alta. Ser bailarino é ter postura. A primeira coisa para isso é a disciplina, ter noção de que estão participando de uma atividade coletiva, na qual você depende do outro, então deve confiar nele. É um trabalho de equipe, isso deve fazer parte de cada bailarino. Mas cada um fazer sua parte também é importante”, garante.

O professor finalizou com um conselho aos alunos: “acreditem nos sonhos. Lutem para que eles se tornem realidade, pois nada é fácil. Para o ballet principalmente: não existe atalho, não existe caminho curto. Para ser bailarino profissional exige muito trabalho”, finaliza.

Companhia Estável de Dança de Bauru é um projeto antigo, aprovado em 2012 — Foto: Companhia Estável de Dança de Bauru/Divulgação

Companhia Estável de Dança de Bauru é um projeto antigo, aprovado em 2012 — Foto: Companhia Estável de Dança de Bauru/Divulgação

A Companhia Estável de Dança é um projeto antigo, aprovado em 2012, quando Sivaldo percebeu que existia uma grande procura por aulas de dança na Secretaria de Cultura. Atualmente, a companhia possui sete bailarinos, que recebem o valor de R$ 600, para 20 horas semanais de aulas e ensaios.

Pelo projeto de lei, a companhia pode ter até 16 bailarinos bolsistas. Porém, a pandemia “congelou” as audições há mais de dois anos e meio. Podem participar das próximas audições homens e mulheres de 14 a 21 anos, com seis anos de estudos de ballet.

O tempo de permanência na companhia é indeterminado, sendo que, a cada dois anos, é realizada novamente uma audição com os integrantes. Segundo Sivaldo, já passaram pela companhia quatro bailarinos que tiveram a oportunidade de ir para fora do país e mais de 15 que puderam se registrar como profissionais da dança.

Companhia Estável de Dança de Bauru apresenta o espetáculo 'Morte e Vida Severina' neste sábado (30) em SP — Foto: Loriza Lacerda/Divulgação

Companhia Estável de Dança de Bauru apresenta o espetáculo ‘Morte e Vida Severina’ neste sábado (30) em SP — Foto: Loriza Lacerda/Divulgação

A Companhia Estável de Dança apresenta o espetáculo “Morte e Vida Severina”, idealizado em 2019, neste sábado (30), em São Paulo (SP), às 18h40, na Sala Cênica do Centro de Referência da Dança (CRDSP). A entrada é gratuita.

A coreografia é inspirada no poema “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, publicado em 1955, que relata a dura trajetória e o sofrimento enfrentado pelos retirantes nordestinos, representados pelo personagem Severino.

O trabalho coreográfico faz uma releitura da obra, colocando-nos como Severinos na vida, utilizando os corpos como elemento para a narrativa dessa história, que ainda hoje se mostra atual, considerando o momento que estamos vivendo. “Morte e Vida Severina” tem a intenção de levar ao público uma reflexão sobre a luta pela sobrevivência e o descaso público com esses indivíduos.

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*Colaborou sob supervisão de Ana Paula Yabiku



Fonte: G1


29/04/2022 – Rádio Cidade FM

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