É o caso de Vagner Fernandes dos Santos, motorista de aplicativo, de 46 anos, em Bauru (SP) que retrata situações do dia a dia por meio das tirinhas publicadas em suas redes sociais. Ao g1, o artista conta que já tinha impressão de que passaria por situações reais que mereceriam registro.

“Como gosto de quadrinhos, pensei que retratar em tirinhas as situações do dia a dia que passo como motorista de aplicativo seria o ideal. Pensei se faria algo mais cartunesco, mas, por retratar situações reais, decidi fazer algo mais aproximado da realidade”, afirma.

Por escutar muitas histórias de passageiros, desde trágicas a cômicas, Vagner explica que precisa anotá-las em uma agenda e, por isso, não dispensa papel e caneta. Após o longo dia de trabalho, o motorista conta que aproveita os momentos de descanso para desenhar os quadrinhos digitalmente.

Os quadrinhos desenhados por Vagner, baseados nesses relatos, encantam os moradores do interior, apreciadores da arte e passageiros. Inclusive, o motorista reúne cada uma das criações em publicações nas redes sociais, que já acumulam seguidores fanáticos pelo trabalho curioso.

“Muitos me perguntam se as situações são realmente reais, ficam espantados por achar algumas situações muito absurdas! Mas é tudo apenas nossa realidade, por incrível que pareça”, salienta.

O ilustrador de Bauru também comentou que já desenha desde a infância, mas adotou esse novo estilo dos momentos como motorista de aplicativo há dois anos. Na visão de Vagner, são como um registro de comportamentos.

“De certa forma, as tirinhas servem como um documento antropológico. Um modesto estudo sobre nosso comportamento”, salienta.

O que mais o atrai no trabalho de documentar as situações do dia a dia em quadrinhos são os rostos das pessoas, as expressões faciais ao contarem as histórias. O artista, inclusive, lançou um livro, “Momentos Uberísticos”, no qual reúne as HQs.

Os interessados em adquirir o livro podem contatar o artista pelo e-mail: [email protected].

*Colaborou sob supervisão de Ana Paula Yabiku