Ao todo, foram cinco meses de trabalho, desde o alicerce até a conclusão da obra. Mais de dez sentenciados prestaram o trabalho voluntário, em Pirajuí (SP). Detentos realizaram trabalho voluntário em Pirajuí (SP)
SAP/Divulgação
Detentos que cumprem pena em regime semiaberto na Penitenciária I de Pirajuí, no interior de SP, atuaram na reforma e construção da nova cozinha de um projeto social que serve refeições a pessoas em situação de vulnerabilidade social do município.
Ao todo, foram cinco meses de trabalho, desde o alicerce até a conclusão da obra, que ocorreu na semana passada. Mais de dez sentenciados prestaram o trabalho voluntário no local, sob a supervisão de agentes de segurança.
A entidade, que também distribui cestas básicas a famílias carentes, mantinha o trabalho solidário em uma casa improvisada, que necessitava de ampliação para atender à demanda, que aumentou após o início da pandemia.
Obra durou cerca de cinco meses em Pirajuí (SP)
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“A nova cozinha e revitalização da sede trouxe ótimo impacto para os bairros vizinhos beneficiados pelo projeto, assim como melhores condições de realizarmos os almoços e distribuirmos em outros bairros carentes de Pirajuí”, destacou a servidora Cássia Regina da Cruz Silva dos Santos, responsável pelo projeto.
Para a obra, foram realizados campanhas, eventos e rifas para angariar recursos. A entidade recebeu doações tanto de materiais de construção quanto de dinheiro. No entanto, faltava somente a mão de obra especializada para dar início.
Autorizados por um juiz corregedor, os presos que possuíam conhecimento na área da construção civil foram chamados para atuar na reforma da cozinha.
“Essa atividade resgata valores, como respeito, dignidade e capacidade, e proporciona novas expectativas. Nas ações em que o foco principal é o resgate da cidadania, é possível garantir o retorno à sociedade, humanizando o cumprimento da pena e atribuindo a ela uma finalidade social”, pontuou o diretor da Penitenciária I de Pirajuí, Paulo Rogério Prieto Martins dos Santos.
Mais de dez sentenciados prestaram o trabalho voluntário
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Os detentos que participaram da ação ainda tiveram direito à remição de pena, sendo que, a cada três dias trabalhados, é remido um dia da condenação. No entanto, o valor do recomeço foi o principal destaque.
“Este trabalho foi uma chance de resgatar a minha dignidade, de colaborar com a população e com nós mesmos, que erramos no passado e agora temos a chance de recomeçar. Ao cumprir a pena, poderemos voltar ao convívio da sociedade de cabeça erguida”, destacou um dos presos que atuou no projeto.
Projeto social em Pirajuí (SP) serve refeições a pessoas em situação de vulnerabilidade social
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Recomeço
A liberdade de pessoas presas muitas vezes vem acompanhada do sonho da recolocação no mercado de trabalho.
Foi pensando nisso que o projeto Portas Abertas, desenvolvido pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), em parceria com o Instituto Ação pela Paz, foi estruturado.
A ação oferece recomendação profissional a reeducandos por meio de uma carta de apresentação que descreve as habilidades e competências desenvolvidas e aprimoradas durante o cumprimento da pena.
“Ter um documento que garante bom comportamento durante o tempo de reclusão e bom desempenho na função exercida já é um ponto positivo para conquistar uma vaga de trabalho. Nosso papel como Estado é prepará-los (reeducandos) da melhor forma para que retomem as suas vidas lá fora”, explica o coordenador da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Noroeste (CRN), Carlos Alberto Ferreira de Souza.
A ideia é que outras unidades prisionais adotem a iniciativa para estimular a participação ativa dos ex-detentos na sociedade de forma autônoma e responsável.
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Fonte: G1
28/12/2022 – Rádio Cidade FM