
Março é um mês importante para a saúde da mulher: no dia 1º, foi dado início às campanhas de conscientização sobre a endometriose (Março Amarelo), doença que afeta 6,5 milhões de mulheres brasileiras e outras 176 milhões no mundo, de acordo com levantamento da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), e sobre o câncer de colo de útero (Março Lilás).
Essa patologia causou a morte de 6596 mulheres no país e é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (excetuando-se o câncer de pele não melanoma), ficando atrás apenas dos cânceres de mama e colorretal. Além disso, é a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Os dados são do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Muitas vezes assintomáticas no estágio inicial, ambas as doenças emitem um alerta quanto à necessidade de realizar exames regularmente, já que o diagnóstico precoce é capaz de salvar vidas.
Endometriose é uma doença inflamatória provocada por células do endométrio (tecido que reveste o útero) que, ao invés de serem expelidas durante a menstruação, se movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar, segundo o Ministério da Saúde.
As causas ainda não estão bem estabelecidas. Uma das hipóteses mencionadas pelo Portal Drauzio Varella é o problema seja genético e esteja relacionado a possíveis deficiências do sistema imunológico.
Realizar consultas médicas periodicamente é fundamental. — Foto: Getty Images
Hoje, acredita-se que a endometriose é a doença da mulher moderna, que menstrua mais por retardar a maternidade e ter menos filhos. No início do século XX, a mulher menstruava cerca de 40 vezes e hoje tem, em média, 400 menstruações durante a vida reprodutiva, para a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimante Invasiva (SBE). Estresse, ansiedade e fatores genéticos ou ambientais também podem estar relacionados à incidência da doença.
Como diversas meninas e mulheres sofrem com cólicas, a SBE explica que a cólica normal é aquela em que a mulher melhora após uso de analgésicos simples, antiespasmódicos ou anti-inflamatório.
A cólica por endometriose compromete claramente a qualidade de vida e a produtividade da paciente. A mulher se sente impossibilitada de ir à escola, ao trabalho ou cumprir com suas atividades habituais. Algumas vezes há, inclusive, necessidade do uso de medicações venosas para alívio da dor.
Pensando nisso, Nilva Galli, ginecologista, obstetra, presidente da Unimed Presidente Prudente e coordenadora da Faculdade de Medicina de Presidente Prudente (Unoeste), fala sobre os modos de prevenção e curiosidades sobre a doença.
Tabu para alguns, a endometriose pode acometer outros órgãos além do útero. Vídeo: Arquivo pessoal
O exame ginecológico clínico (papanicolau) é a forma mais rápida de identificar os sinais da endometriose. Entretanto, o diagnóstico em si ocorre apenas com a realização de exames laboratoriais e de imagem. Em certas situações, é necessária uma biópsia.
Já o tratamento depende da idade da mulher acometida. Entre as pacientes que estão perto da menopausa, a endometriose tende a regredir gradualmente, pois há uma queda dos hormônios femininos, segundo o Ministério da Saúde.
Mulheres mais jovens costumam fazer o uso de remédios e, quando há lesões graves no útero, pode haver intervenção cirúrgica.
O colo é a parte do útero localizado no final da vagina. Por estar entre os órgãos interno e externo, está exposto a contrair doenças. As informações são do Ministério da Saúde. O câncer nessa região, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV). A infecção genital por esse vírus é muito frequente e na maioria das vezes não causa doença, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Essas alterações são descobertas facilmente no exame preventivo (papanicolau) e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, é importante a realização periódica de consultas.
O INCA sinaliza que o início precoce da atividade sexual, ter múltiplos parceiros, tabagismo e usar pílulas anticoncepcionais por muito tempo podem ser as causas da doença. Em sua fase inicial, é comum não haver sintomas. Mas, no geral, há sangramento intermitente, secreções anormais e dor abdominal.
Atualmente, há apenas duas formas de prevenção do câncer de colo de útero: a utilização de preservativos e a vacina contra o HPV. A presidente da Unimed Presidente Prudente comenta sobre o assunto.
ENTREVISTA_02 Difundir os modos de evitar a contaminação do vírus HPV é uma tarefa social.
O tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico. Entre as opções estão a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. A escolha dependerá do estágio de evolução da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos.
Cada caso é um caso e que nada substitui o acompanhamento médico.
Médica responsável: Nilva Galli – CRM 86971 – RQE 63009
Autora: Amanda Medeiros
Fonte: Unimed Centro-Oeste Paulista