Quando pensamos em crianças associamos à imagem de alegria, brincadeiras, diversão e muitas risadas. Desta forma, falar em depressão infantil causa estranheza para a maioria das pessoas.
Afinal, criança pode ter depressão? Sim, pode.
A manifestação da depressão na criança é diferente da maneira que ocorre no adulto. Nem sempre os sintomas na criança são claros e muitas vezes a família confunde alguns dos comportamentos com birra, dificultando a identificação e tratamento precoce do quadro.
A depressão infantil pode se apresentar de várias maneiras. Inicialmente as queixas físicas como dor de barriga, dor de cabeça, etc. estão mais presentes. Depois as queixas psicológicas tornam-se mais evidentes e a criança pode apresentar-se agitada ou apática isolando-se das pessoas na sua casa, na escola e amigos.
A recusa em ir à escola é uma característica frequente já que a escola está para a criança assim como o trabalho está para o adulto. Além disso, ela também costuma abandonar os brinquedos favoritos, apresentar dificuldades de concentração, desinteresse pelas atividades rotineiras, sentimento de inferioridade, queda do rendimento escolar, irritabilidade e condutas destrutivas.
Fatores estressantes como perda de um ente querido, separação dos pais, mudança de escola ou de cidade, conflitos familiares, doenças ou internações prolongadas, são uma das causas que podem desencadear a depressão. No entanto, estudos indicam que filhos de pais com depressão têm mais chances de apresentar a doença. Isso tudo vai depender da constituição psíquica de cada um já que o ser humano responde de modo diferenciado ao ambiente que o cerca.
De qualquer forma, é importante que os pais estejam atentos às mudanças de comportamento da criança. Porém, é imprescindível uma avaliação cuidadosa por especialistas para um diagnóstico diferencial da depressão já que ela pode estar associada a outras patologias.
O tratamento medicamentoso não é utilizado em todos os quadros. O apoio da família e o acompanhamento psicológico mostram-se eficientes e necessários uma vez que a depressão, se não tratada adequadamente, pode trazer no futuro prejuízos nos aspectos afetivos e sociais para o indivíduo.
Joselene Lopes Alvim- psicóloga