Com a ajuda das chuvas, moradores de Bauru (SP) vivem atualmente dias mais tranquilos em relação aos níveis dos reservatórios para o abastecimento de água da cidade, que se normalizaram.
Mas o retorno do período de seca, aliado a uma tendência de diminuição nos regimes de chuvas, ainda deixa os moradores preocupados porque o município continua sem estrutura para evitar um novo rodízio de água nos bairros atendidos pelo Rio Batalha.
Isso porque ainda está fresca na memória do bauruense o rodízio no abastecimento de água que a cidade enfrentou entre abril e novembro do ano passado. Durante algumas semanas, boa parte da população chegou a ficar até 72 horas sem água na torneira.
Para tentar evitar essas medidas mais extremas no ano seguinte, o Departamento de Água e Esgoto (DAE) prometeu uma série de ações, especialmente em relação ao sistema do Rio Batalha, responsável pelo abastecimento de cerca de 40% da cidade.
Bauru luta contra falta de estrutura para evitar rodízio de água nos bairros
Dentre as ações está a desobstrução do Rio Batalha. No entanto, a segunda etapa desse serviço ainda não começou porque a autarquia aguarda uma licença ambiental do Departamento de Águas e Energia Elétrica, o órgão estadual que gerencia os recursos hídricos em SP.
Outra ação anunciada pelo DAE durante o ano passado foi o aumento da capacidade da lagoa de captação, retirando areia e algas do fundo. O trabalho seria feito em toda a extensão da lagoa, mas os planos mudaram e agora só uma parte deve ser desassoreada.
Segundo Marcos Saraiva, presidente do DAE, um estudo apontou que essa opção é a ideal e que a autarquia vai usar duas dragas próprias para o serviço que tem promessa de começar neste mês.
Outra ação é a finalização do poço artesiano do Alto Paraíso, que está prevista para a segunda quinzena de fevereiro, assim como a do poço Infante Don Henrique.
A ativação dessas estruturas sofreu atrasos porque fios que seriam usados na parte elétrica das bombas foram furtados de um almoxarifado da autarquia.
O que já ficou pronta foi a setorização do sistema de distribuição do Jardim Bela Vista, medida adotada para evitar vazamentos e que também deve ocorrer nos bairros Vila Dutra, Pacífico e Falcão.
Segundo registros do DAE, hoje não existe preocupação com a quantidade de água nos reservatórios em atividade e na lagoa de captação.
Mas a situação é momentânea e pode mudar principalmente se o regime de chuvas seguir em queda. Em 2021, o volume foi 16% menor do que no ano anterior e, por isso, o risco de um novo racionamento não deve ser descartado.
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