Relatórios do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) divulgados nesta semana mostram que a coleta seletiva de lixo ainda “patina” nas maiores cidades do centro-oeste paulista.
Tal prática de gestão dos resíduos sólidos envolve a separação prévia por tipo de material e permite a destinação considerada adequada de produtos recicláveis, possibilitando sua reutilização e economia de energia.
A fiscalização da Corte de Contas, realizada na semana passada, revelou que, em Bauru (SP), menos de 2% do lixo são recolhidos através da coleta seletiva. O restante, ou seja, mais de 98%, vai para a destinação final misturado junto com material orgânico e produtos inservíveis.
Em Marília (SP), menos de 5% do lixo são recolhidos pela coleta seletiva, segundo um relatório produzido pelos fiscais do TCE. Já em Jaú (SP), 12,67% de todo o lixo são recolhidos por meio da coleta seletiva.
Segundo o relatório do TCE, em Assis (SP) até 25% do lixo são captados por esse meio. Em Ourinhos (SP), o percentual varia entre 75% e 100%. Nos dois casos, contudo, não foi especificado o percentual exato.
As prefeituras de Assis e Ourinhos não confirmaram ao g1 os dados disponíveis nos relatórios municipais do Tribunal de Contas. Os números chamam a atenção por destoarem das outras cidades com mais de 100 mil habitantes no centro-oeste do estado.
Botucatu (SP) não foi vistoriada na ação ordenada do órgão fiscalizador, que enviou servidores para checarem a destinação de resíduos em 247 municípios paulistas na semana passada.
A única administração municipal citada acima que explicou a situação local foi Marília. “Iniciamos a coleta seletiva através de 15 ecopontos e de porta em porta na região norte, apoiando três cooperativas. O foco inicial está sendo educar a população. Agora, estamos realizando a licitação para compra de 20 mil sacolas retornáveis para expandir a coleta de porta em porta, ampliando de 5% para 25%”, disse a prefeitura.
O município de Marília explica que “não adianta expandirmos para toda a cidade de uma vez [a coleta seletiva], sem antes fazer uma boa base na educação ambiental. Assim, estamos avançando conforme percebemos a colaboração da população nesta ação socioambiental”.
A meta mariliense é avançar 20 pontos percentuais a cada ano “de forma a concluir 100% em 2026”. “Mais do que apenas coletar, a administração foca na educação ambiental da população e na inclusão social dos catadores”, termina a nota oficial.