No clima, os excessos quase sempre são um problema. Há pouco tempo, a seca fez estragos em todo o interior do estado. E, quando a chuva veio para valer, também andou dificultando a produção.
Ela é bem-vinda, mas tem que ser na quantidade e na hora certas. Se a chuva faltar, atrapalha o desenvolvimento da lavoura. Em excesso também não é nada bom.
Nos canaviais da região de Jaú (SP), as plantações receberam mais água do que precisavam. Nesta época, o plantio já era para estar adiantado, mas a chuva atrasou.
Mesmo com esse contratempo, Eduardo Romão, presidente da Associação dos Plantadores de Cana de Jaú e Região (Associcana), diz que o desenvolvimento dos canaviais não deve ser comprometido.
“Para a produtividade, é positiva. A qualidade da cana ainda seria um questionamento, porque vai depender de como vai se prolongar esse verão e como vai ser o desempenho do outono e inverno, nível de temperatura e tudo mais, ali que tem a concentração do açúcar. Isso ainda está por vir”, diz.
(Vídeo: veja a reportagem exibida no programa em 20/02/2022)
Chuvas fortes fazem grandes estragos nas plantações
Se para uns a chuva criou dificuldades, para outros foi bem recebida. É o caso dos produtores de soja.
“A chuva, no efeito da soja, ela foi positiva, porque começou em outubro. Isso é muito importante. Quem plantou as primeiras antes de outubro teve algum problema no plantio. Mas, para quem plantou posteriormente, vem se desenvolvendo bem”, explica Eduardo.
Assim que os dias de sol ficaram firmes, José Raimundo de Oliveira Silva, agricultor, aproveitou para avaliar os problemas causados pela chuva forte. A propriedade dele fica no município de Garça (SP), onde planta mandioca. A força da água causou erosões e afetou a plantação.
O prejuízo foi maior com o milho. A chuva veio intensa e atrapalhou a lavoura. “A planta estava sadia, bonita e, de repente, veio esse exagero de água”, lamenta.
As rachaduras no solo aconteceram por causa da sua composição. A primeira camada é mais arenosa, com rápida infiltração de água. Logo abaixo vem a argila, na qual a absorção é demorada.
Com um volume grande de chuva, a superfície é carregada. O solo encharcado causa outro problema e interfere no desenvolvimento do milho.
Para enfrentar a situação, o produtor terá que investir mais em adubo e em defensivos para acabar com o mato, que atrapalha o crescimento do milho. É uma espécie de contenção de danos para reduzir ao máximo as perdas na lavoura.
Em janeiro, choveu praticamente 344 milímetros em Garça, segundo o Sistema de Monitoramento Agrometeorológico. Esse volume é 35% maior do que o registrado em janeiro de 2021. Tanta água causou prejuízos, como erosões na lavoura.
A chuva veio no tempo e em quantidade perfeitos para o cultivo de café. Para a safra deste ano ainda, a água vai ajudar e muito no desenvolvimento dos grãos que já estão nos pés. Isso quer dizer café de mais qualidade.
O período chuvoso é ideal para plantar talhões novos. Mas não adianta apenas chover bem agora neste começo de ano. É preciso também um ponto de equilíbrio.