
Na última segunda-feira (4), a polícia começou a investigar duas denúncias sobre o paradeiro do suspeito de matar Lara.
Wellington Galindo de Queiroz, de 42 anos, já tem passagens na polícia por tráfico de drogas, crime contra o patrimônio, associação criminosa e receptação. Ele está foragido, e a polícia não passou informações sobre as denúncias para não atrapalhar a investigação.
Wellington aparece em imagens de câmera de segurança dirigindo um carro prata (veja o vídeo mais abaixo). Um mandado de busca e apreensão foi realizado no dia 31 de março no endereço onde o suspeito morava.
A residência, localizada em Francisco Morato (SP), está a cerca de 800 metros do local onde o corpo da menina foi encontrado. A casa aparentava ter sido abandonada recentemente e alguns objetos foram apreendidos para perícia, segundo a polícia.
As informações a respeito do homem foram cruzadas através do sistema de inteligência da polícia, segundo o delegado Rafael Diório.
Vídeo mostra carro parado em local onde menina achada morta foi vista pela última vez
As imagens mostram o momento em que o carro para perto do local, no mesmo dia e próximo ao horário em que a menina desapareceu. Em determinado momento, o motorista sai do veículo e olha ao redor, depois entra novamente no carro e segue o caminho.
Outros cinco mandados de averiguação foram cumpridos em possíveis endereços ligados a ele. O carro que aparece nas imagens já foi periciado pela Polícia Científica. Em depoimento, a proprietária disse que teve um relacionamento com o suspeito, mas que eles não estão mais juntos.
Segundo o delegado, o suspeito já havia sido ouvido informalmente por telefone e foi intimado a prestar esclarecimentos na delegacia, mas se negou.
Após a intimação, a polícia não conseguiu mais contato com o suspeito. O carro que aparece nas imagens foi localizado em outra cidade e apreendido.
No dia 25 de março, a polícia pediu a prisão temporária do suspeito, que está foragido. O inquérito segue em segredo de Justiça.
Denúncias sobre o caso podem ser feitas pelo telefone 181. Não é necessário se identificar.
O tio da vítima negou envolvimento no crime por meio de uma carta. O g1 teve acesso ao documento, no qual o parente, que está preso, diz que estava com a esposa e uma amiga no dia e horário em que a adolescente desapareceu (leia abaixo).
“Estou preso por tráfico de drogas e tenho passagem por roubo, mas assassino de criança não”, escreveu.
‘”No dia da minha saidinha, eu saí de Bauru às 8h e cheguei em casa era 13h. Depois fui até o centro de Campo Limpo com a minha esposa e minha cunhada Renata para comer esfiha e, por chamada de vídeo com a Luana, eu vi a Lara e as irmãs dela. Foi a última vez que vi a Lara’, afirmou em um trecho da carta.
Tio de adolescente morta em Campo Limpo Paulista nega envolvimento no crime através de carta — Foto: Arquivo pessoal
A adolescente Lara desapareceu no dia 16 deste mês, quando saiu de casa para comprar um refrigerante em uma mercearia a cerca de 600 metros de sua casa. O corpo dela foi encontrado com marcas de violência, no dia 19 de março.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Lara morreu por traumatismo craniano causado por ao menos quatro golpes na cabeça. O legista citou a presença de sinais de crueldade e disse que possivelmente foi usado um martelo ou uma picareta. O documento confirma também que era cal a substância encontrada no corpo da adolescente.
Segundo a polícia, a perícia nas unhas da adolescente pode ajudar apontando vestígios de DNA do assassino. O resultado do exame que vai dizer se ela sofreu ou não abuso sexual ainda não foi divulgado também. Os laudos, que estão sendo feitos em Jundiaí (SP) e na capital, serão fundamentais para o inquérito, que segue em segredo de Justiça.
Na terça-feira (29), funcionários do mercado onde a menina esteve antes de desaparecer prestaram depoimento à polícia. As equipes de investigação também percorreram bairros de Francisco Morato, cidade vizinha, para ouvir mais moradores.
A equipe ainda realizou, na segunda-feira (28), uma perícia no carro do suspeito do assassinato, segundo informações do advogado da família, Fábio Costa.
Além dos pais, a polícia também ouviu a tia e o primo da adolescente. Os depoimentos duraram cerca de 1h30 e foram passados para as equipes da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Jundiaí .
Moradores fazem passeata e pedem justiça para adolescente encontrada morta — Foto: Gustavo Netto/TV TEM
Moradores de Campo Limpo Paulista realizaram, no domingo (27), uma passeata em homenagem à adolescente.
Quase 100 pessoas, entre familiares, amigos e vizinhos, participaram da caminhada. Com cartazes e faixas, o grupo realizou o mesmo percurso que Lara fez no dia em que desapareceu, e pediu justiça.