De acordo com a tutora Valéria de Moraes Oliveira, a cadelinha Cristal, de cinco anos, foi encontrada por uma funcionária do Centro de Referência da Assistência Social (Cras I), na Vila São Luiz, que, ao chegar de manhã para trabalhar, se deparou com a poodle escondida em uma das salas do local.

Sem titubear, Jaqueline Camargo logo entrou em contato com a tutora, que ficou conhecida na cidade por conta de sua mobilização nas redes sociais em busca de sua cadela no aeroporto.

“Ela me falou que conhecia a história, tinha visto na mídia. Assim que bateu o olho na cachorra, já me ligou, porque lembrou de mim e da minha busca no aeroporto”, conta a tutora.

A cadela havia desaparecido no último dia 2 de junho, após Valéria tê-la deixado na casa de uma amiga, quando foi socorrer sua mãe.

Depois de alguns dias sem o paradeiro do animal e diversos cartazes espalhados pela cidade à sua procura, testemunhas relataram a presença de Cristal dentro do aeroporto.

Desde então, Valéria tentou realizar o resgate, mas chegou a ser impedida de entrar no local por a área ser considerada de risco, uma vez que os procedimentos de voo não foram paralisados.

Os sons dos aviões, entre pousos e decolagens, assustaram o animal, que, mesmo diante da ajuda de equipes da Guarda Civil Municipal (GCM) nas buscas, não foi encontrado no aeroporto, que tem mais de 24 hectares de área.

Apesar desse “desencontro” no aeroporto, que poderia desanimar a dona, Valéria diz que em nenhum deixou de acreditar que poderia reencontrar Cristal e, para isso, fez uma verdadeira peregrinação pela cidade durante o último mês.

“Durante esse período, procurei incansavelmente. Três vezes ao dia saía de carro, vagando meio sem rumo, para procurá-la”, conta Valéria.

De acordo com a tutora, embora a cadela tenha ficado 34 dias desaparecida, o estado de saúde dela era estável quando foi encontrada pela funcionária do Cras. Inclusive, ela já foi tosada para verificar se havia algum ferimento.

“Foram dias muito difíceis, choveu, fez muito frio, ela não tinha comida à disposição, teve que procurar a própria alimentação. Ela estava em um cantinho, toda enrolada. Mas, apesar de tudo isso, ela está bem. Já tem veterinário marcado para os próximos dias”, relata.

Após pouco mais de um mês longe da “filha”, Valéria quer agora aproveitar o tempo perdido com Cristal e, por isso, não nega a emoção pelo reencontro, que foi guiado pela esperança em revê-la.

“Eu nunca desisti. Mesmo quando muitos desacreditaram, estive lá. É bem verdade que tive o apoio de muita gente nessas buscas, e só posso agradecer. Foi emocionante”, finaliza.

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