Habitando o imaginário popular como um dia que traz azar e mau agouro, a sexta-feira 13 é alvo de muitas teorias sobre sua origem, mas, para a bruxa e numeróloga Thaíze Fernanda, de 35 anos, a única certeza é de que se trata de uma data de celebração.
Segundo ela, não é possível precisar a origem da relação entre a data e o azar, pois “existem diversos contos e histórias a respeito dessas superstições, desde histórias bíblicas até contos nórdicos”.
“O que se sabe é que, para as bruxas, é um dia de festa, pois consideramos a sexta feira 13 um dia com muitos portais abertos para a manifestação de desejos”, explica Thaíze, que é moradora de Regente Feijó (SP).
Thaíze relata que se descobriu bruxa aos 13 anos, marca que, segundo ela, é a idade em que as bruxas despertam. E reforça que a pessoa já nasce bruxa, que é aquela criança considerada “estranha” que gosta de cristais, ervas, incensos etc..
“Ser bruxa é muito mais do que uma denominação ou um rótulo, é você saber manipular os elementos da natureza, é se conhecer e conhecer seu corpo, é gerar frutos, não só no sentido literal, mas, principalmente, no coração das pessoas. Uma bruxa de verdade conhece as fases da lua, as ervas, os remédios naturais e tudo que é ancestral”, reforça.
Para ela, a visão de que bruxa é ruim e faz maldade é “muito ultrapassada e sem sentido”. Thaíze acrescenta ainda que sabe quem ela realmente é e que não tem interesse em mudar esse estereótipo, porque gosta de viver a sua vida, sem se importar com o que as outras pessoas pensam que ela faz na sexta-feira 13.
De acordo com seu relato, a data tem muitos portais abertos para a manifestação de desejos e, além disso, a Lua se encontra na fase crescente, o que é “uma ótima oportunidade de realizar rituais para atrair o que deseja, como prosperidade, amor e saúde”.
“Para mim, essa questão da sexta-feira 13 é sempre um dia bem agitado de muita euforia, como se fosse um dia de festa mesmo. A intuição fica mais aguçada e os sentidos mais sensíveis. É aquele dia em que as bruxas já acordam tirando a teia de aranha dos seus caldeirões, afinal, a bruxa tá solta”, brinca Thaíze.
Segundo a também numeróloga, o número 13 é considerado, na verdade, o número 4 (1+3=4) que é um número de sorte, mas também de trabalho duro, de conquistas a longo prazo e de organização. Porém, esta sexta-feira (13/05/2022) é um dia universal 6, que é um número mais voltado para a família, para cuidados e para relacionamentos.
Thaíze salienta que não é um bom dia para começar nada que não possa terminar no mesmo dia. “É um dia para se dedicar à família e para servir com amor”, complementa. Ela conta também que irá realizar um ritual nesta sexta-feira 13 para pedir prosperidade na vida financeira, na saúde e no amor.
“Nesse ritual, eu irei manipular a energia da água, com um banho de ervas, a energia do fogo, através das velas, a energia do ar, por meio do incenso, e a energia da terra, manifestada através dos cristais. É importante que a energia dos quatro elementos seja manipulada, para manter o equilíbrio e para que a manifestação do desejo seja mais forte e o pedido seja aceito”, revela Thaíze.
Outra simbologia atribuída ao número 13 está presente no jogo de tarô, que tem origem francesa e é composto por um baralho de 78 cartas com figuras simbólicas que mostram passado, presente e futuro por meio da interpretação do tarólogo.
No jogo, a décima terceira carta é “A Morte”, o que, segundo Thaíze, traz mais uma distorção de significado pela população em geral. Para ela, as pessoas enxergam apenas o sentido literal e não a verdadeira mensagem que a carta quer passar para os consulentes.
“Não necessariamente simboliza perder a vida, mas, sim, uma transformação gigante. É colocar fim definitivo em algo, sem nada que prenda ao que passou. É aceitar que o seu passado não te serve mais e se desprender dele. Ela fala muito mais sobre recomeços e renascimentos do que em morte em si. Teria mais a ver com morrer o velho pra nascer o novo, se fôssemos olhar por essa perspectiva de morte”, analisa Thaíze.
Símbolos atribuídos, de forma correta ou não, ao azar e ao mau agouro não faltam, porém, um que também é relacionado às bruxas e à sexta-feira 13 é o gato preto. Conforme Thaíze conta, o animal era associado às trevas e à magia negra durante a Idade Média, principalmente, por conta de seus hábitos noturnos.
“Algumas pessoas acreditavam que os gatos pretos, na verdade, eram bruxas, que se transformavam em animais para entrar na casa das pessoas e levarem o mal. Por isso, a relação da bruxa e o gato preto”, relata.
Porém, a bruxa salienta que não há nenhum ritual que envolva o animal e que ela “só ama e cuida mesmo” dos gatos.