
No áudio da ligação, cedido pelo Samu, o menino, que é fã do serviço e tem até um carrinho da ambulância, mostra desenvoltura ao explicar o que estava acontecendo e pedir socorro (ouça acima).
“É do Samu? Por favor, manda uma ambulância na rua […]. Minha mãe está passando mal, ela tem diabetes, tá 27”, diz Giulio Cássio em um trecho da ligação. Confira abaixo a transcrição da ligação.
O número 27 foi dito em relação ao teste de glicemia que o menino fez sozinho na mãe, que convive com a diabetes há 30 anos, quando a encontrou desacordada em casa.
Menino fã do Samu faz primeiros socorros para salvar mãe até chegada de ambulância — Foto: Reprodução/TV TEM
O menino ainda explica que estava na rua brincando com os amigos e, quando voltou para casa, a mãe estava desmaiada. Giulio também deu pontos de referência do endereço, como uma marmitaria, uma farmácia e uma padaria.
Ainda assim, a atendente se certificou de que não seria um trote mesmo, o que é bastante comum vindo de crianças, antes de passar a ligação para a médica, mas o menino foi enfático ao responder: “não, é sério” (confira a conversa na íntegra no fim da matéria).
A ambulância então foi acionada e a orientação do serviço foi que a criança apenas “aguardasse a chegada da viatura”. Mas Giulio não se limitou a esperar.
Menino de 11 anos liga para o Samu e faz primeiros socorros para salvar a mãe
A mãe de Giulio, a auxiliar de enfermagem Giuliana Paola Martin do Amaral, de 45 anos, conta que o filho, ao perceber que ela não respondia porque estava desacordada, fez ele mesmo o exame de ponta de dedo, que resultou na taxa de 27 (muito baixa).
Diante do resultado do exame, ele tomou a iniciativa de desligar a bomba de insulina que a mãe usa para evitar que o medicamento seguisse sendo injetado no organismo da mulher.
Menino fã do Samu faz primeiros socorros para salvar a mãe até a chegada da ambulância — Foto: Reprodução/TV TEM
O garoto tomou outras iniciativas que foram fundamentais para agilizar o atendimento da mãe. Uma delas foi que Giulio mobilizou seus colegas de bairro para que todos apontassem a localização exata da casa dele assim que a ambulância do Samu chegasse à região.
Além disso, o menino providenciou a colocação de focinheiras nos cães de grande porte que a família possui, e que poderiam atacar os socorristas do Samu.
Socorristas do Samu Carlos Costa e Emerson Ribeiro — Foto: Reprodução/TV TEM
Giulio cursa o sexto ano do ensino fundamental e é um aluno dedicado, segundo a mãe. Em casa, diz ela, ele exercita a paixão que possui por carros.
Mas o carrinho favorito é justamente uma viatura do Samu que ele ganhou de presente quando tinha apenas dois anos. Mesmo com a pouca idade, Giulio já sabe que, quando crescer, quer ajudar a salvar mais vidas.
“Ele foi um herói, o menino tem todo o perfil de um socorrista, ele pode ser considerado um socorrista mirim”, afirma Carlos Costa, um dos socorristas que atendeu a ocorrência.
*Com informações Adriano Baracho/TV TEM