A moradora de Bauru (SP) Silvia Regina de Oliveira, de 57 anos, se surpreendeu ao ver que a cantora, consagrada como “top 1” no ranking mundial do Spotify na semana passada, usou a peça em um dos passeios no país asiático.

Inclusive, Silvia chegou a pensar que estaria dormindo e que a visão não passava de um sonho. Isso porque já havia sonhado com o ocorrido dias antes da publicação oficial feita pela cantora.

“Quando eu abri os stories dela, ontem logo pela manhã, eu pensei: ‘estou dormindo? É mais um sonho?’. Foi uma realização. Ficamos muito felizes. Vimos que ela gostou e reconheceu o trabalho do artesanato”, comemora.

Porém, Silvia não demorou a perceber que, na verdade, se tratava de algo real, descrito por ela como “a melhor coisa que poderia ter acontecido”, não só pelo fato de Anitta ter postado, mas, principalmente, pelo que a ação representou.

Sem dimensão de que a postagem de celebração poderia viralizar, a família de Silvia se viu com inúmeros seguidores e curtidas nas publicações feitas no Instagram. Mais que isso, recebeu encomendas vindas dos “quatro cantos” do país.

“A minha filha é quem faz as publicações e vimos que ganhamos cerca de 300 seguidores só ontem. Hoje, continuamos nessa escalada. A visualização foi muito grande para o trabalho”, garante.

O cropped dado à cantora foi escolhido a dedo por Silvia junto com a filha, Lívia Cavalini. Fãs da cantora, as duas decidiram que aproveitariam o dia em que Lívia iria a um show pré-carnaval, intitulado “Ensaios da Anitta”, no dia 12 de fevereiro, em São Paulo (SP), para entregar a peça.

Lívia estava acompanhada de mais duas amigas quando a missão foi concluída. Uma delas estava na área VIP do evento e conseguiu passar o presente ao assessor da cantora.

Segundo Silvia, confeccionado à mão, o cropped foi pensado justamente para combinar com o tom de pele de Anitta. Além disso, possui detalhes com cores vibrantes que remetem à personalidade da cantora.

“Combinamos as cores, fomos bem detalhistas em tudo. A peça carrega alegria e espontaneidade, que combinam com a leveza da Anitta”, confirma.

Além de artesã, Silvia trabalha como terapeuta holística integrativa, abordagem medicinal que mescla organismos vivos e meio ambiente. Devido ao avanço do coronavírus, precisou migrar do trabalho presencial ao online.

Porém, inquieta e decidida a “ver o mundo de outra forma”, ela resgatou o hobby aprendido ainda na pré-adolescência, por volta dos 12 anos, e voltou a fazer o crochê em casa. Estimulada pelas filhas, que estavam encantadas com a produção, colocou as peças à venda.

“É divertido de fazer. Quando você deixa a criatividade conduzir você, produz coisas incríveis”, reforça.

Independente do preço comercial, a artesã reforça que o trabalho, feito com simplicidade e amor, tem outro tipo de valor.

“Não é sobre preço, é sobre valor. É feito à mão, o dom que vem da ancestralidade, ensinado pelas minhas familiares. É também a voz das mulheres tecelãs, é a sensibilidade de olhar para uma peça e relembrar do processo de produção”, finaliza.

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*Colaborou sob supervisão de Mariana Bonora