Após reconstituição em Marília, advogado insiste que dono de motel matou funcionário em legítima defesa | Bauru e Marília


O crime ocorreu em 31 de outubro do ano passado. Conforme apurado no inquérito policial, Daniel Ricardo da Silva foi morto a tiros pelo dono do motel, o coronel da PM aposentado Dhaubian Braga, quando chegava para trabalhar no local, no distrito de Padre Nóbrega.

Para a Polícia Civil, a investigação apontou que o homicídio foi premeditado, uma vez que a vítima foi encurralada em um corredor de serviço do motel antes de ser baleada. Já o advogado do réu alega que Dhaubian só atirou contra Daniel pois foi ameaçado.

Ao g1, Aryldo de Oliveira de Paula alegou que Daniel planejava matar Dhaubian e já tinha tentado envenená-lo três vezes com água de chimarrão. Segundo o advogado, o objetivo de Daniel era ficar com a esposa e o patrimônio do dono do motel.

A investigação policial também apontou que o empregado mantinha um relacionamento com a mulher do empregador.

Polícia faz reconstituição do crime em Marília  — Foto: Leonardo Moreno/Arquivo pessoal

Polícia faz reconstituição do crime em Marília — Foto: Leonardo Moreno/Arquivo pessoal

Conforme a defesa, o coronel aposentado descobriu o caso entre Daniel e sua esposa três dias antes do crime. De acordo com a versão, no dia do homicídio, Dhaubian foi apenas conversar com o funcionário, com o objetivo de oferecer dinheiro para que ele fosse embora para outra cidade.

No entanto, ainda segundo o advogado, Daniel sacou uma arma e tentou atirar no policial aposentado, mas não soube usar o equipamento, que estava travado. Por isso, a defesa afirmou que o coronel reagiu, em legítima defesa, e disparou três vezes contra o empregado.

Ainda segundo o advogado, Daniel estava com a arma da esposa de Dhaubian, que também é policial militar, desde a madrugada anterior ao crime, quando os dois teriam se encontrado pela última vez.

“Eles combinaram de que toda vez que fossem se encontrar, que ela levasse sua arma, caso Dhaubian aparecesse”, disse o advogado.

Apesar da versão da legítima defesa, a Polícia Civil concluiu o inquérito que investigou a morte de Daniel no dia 25 de novembro do ano passado, indiciando Dhaubian por homicídio qualificado por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima.

Durante o processo, a defesa de Dhaubian entrou com pelo menos três pedidos de liberdade e todos foram negados. Os advogados alegam que o coronel aposentado agiu em legítima defesa e que tem residência fixa, bons antecedentes e colaborou com as investigações.

Reconstituição é realizada no local do crime em Marília  — Foto: Leonardo Moreno/Arquivo pessoal

Reconstituição é realizada no local do crime em Marília — Foto: Leonardo Moreno/Arquivo pessoal

A reconstituição feita nesta quinta-feira (5) foi solicitada pela Justiça e teve a participação do coronel aposentado. O objetivo dos trabalhos é esclarecer a dinâmica do crime, que também foi registrado por câmeras de segurança do motel. (Veja abaixo).

“Serve para gente conseguir sanar algumas dúvidas e retratar o que foi dito em juízo pelas testemunhas. Tirar algumas dúvidas em relação a posição do corpo, como estava quando a primeira testemunha localizou, a arma, a mochila da vítima”, explica o delegado Luís Marcelo Sampaio.

“É tudo para retratar fotograficamente o que aconteceu no dia, mas a autoria do crime já está esclarecida. Os advogados do coronel alegam legítima defesa, mas agora cabe ao Poder Judiciário julgar qual versão é válida”, completou o delegado.

Polícia faz reconstituição de homicídio de funcionário de motel em Marília

Polícia faz reconstituição de homicídio de funcionário de motel em Marília

Além do coronel, participaram da reconstituição quatro testemunhas, sendo duas funcionárias do motel e dois vizinhos, onde a vítima também prestava serviços. A mulher do coronel apresentou um requerimento para não participar da reconstituição.

O crime foi no dia 31 de outubro de 2021, quando a vítima chegou no motel para trabalhar e foi atingida por três tiros. Segundo a polícia, um disparo também atingiu outra funcionária, que teve um hematoma na perna.

O coronel aposentado da PM se apresentou na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Marília três dias após o crime.

Um dia antes, a equipe da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), responsável pelas apurações do caso, encontrou um “arsenal” na casa do suspeito. Diversas armas foram apreendidas, entre elas um fuzil.

Armas foram apreendidas em um outro motel de propriedade do suspeito do crime (marília, coronel aposentado da pm, dono de motel) — Foto: DIG/ Divulgação

Armas foram apreendidas em um outro motel de propriedade do suspeito do crime (marília, coronel aposentado da pm, dono de motel) — Foto: DIG/ Divulgação

Uma semana depois, no dia 9 de novembro, policiais voltaram a achar muitas armas que seriam do coronel, desta vez em um outro motel pertencente ao acusado.

Segundo o delegado, algumas armas são raras e de uso restrito, inclusive do exército norte-americano. Todas elas estavam sem documentação.

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Fonte: G1


06/05/2022 – Rádio Cidade FM

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