Ao final, a sessão do júri, que começou às 9h e terminou por volta de 17h, determinou a condenação de João Paulo de Castro a uma pena de 18 anos e oito meses de prisão, em regime fechado.
O agora condenado foi julgado pelo crime de homicídio triplamente qualificado, praticado por motivo fútil, utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima e por feminicídio.
A condenação foi em primeira instância, mas a defesa informou que ainda irá analisar a decisão após sua publicação para então definir se entra com recurso. João Paulo continuará preso no CDP de Álvaro de Carvalho (SP).
Réu chegando ao fórum de Pompeia para júri nesta terça-feira — Foto: Wesley Murici/TV TEM
De acordo com a Polícia Civil, João Paulo trabalhava em uma fazenda na cidade de Oriente (SP) e pediu para um amigo levá-lo até a casa da ex-companheira para ver a filha de oito meses. No entanto, ao chegar ao local, o homem invadiu a casa, sacou um revólver e efetuou disparos contra a vítima.
Além de Camila, na casa também estavam a mãe da jovem, a filha bebê do casal e outra criança, de um ano e nove meses, filha da vítima de um relacionamento anterior.
Camila Eduarda Santos de Souza, de 19 anos, foi morta a tiros em Pompeia — Foto: Reprodução/Facebook
A Polícia Civil informou que João Paulo fugiu após o crime. O homem que estava no carro com ele foi ouvido e liberado. O amigo contou à polícia que não sabia que o suspeito estava armado, nem que a intenção dele era matar a ex-companheira.
Alguns dias após o crime, o pai contou que a vítima era agredida e ameaçada pelo ex-companheiro, então com 37 anos.
Segundo Valderei Alves de Souza, a filha Camila vivia com o suspeito. Dois meses antes do homicídio, no entanto, a jovem pediu a separação e voltou a morar na casa dos pais.
“Ela era vítima de agressão, mas tinha medo de falar isso para a gente com medo da minha atitude”, conta o pai da jovem.
VÍDEO: Jovem de Pompeia, SP, é vítima de feminicídio; entenda o caso
Sem desconfiar que a filha era agredida e ameaçada, o pai contou que o ex-companheiro dela não levantava suspeita de ser agressivo.
“Para a gente aqui, ele aparentava ser uma pessoa super do bem, tratava ela bem na nossa frente, não aparentava ser esse monstro que se mostrou. Jamais a gente esperava que isso ia acontecer”, explicou Valderei.
Crime aconteceu em uma casa no distrito de Paulópolis, em Pompeia — Foto: Reprodução/TV TEM
“Ele já desceu do carro disparando, atirando contra ela. Nisso ela entrou lá dentro gritando: ‘mãe, me ajuda pelo amor de Deus, não quero morrer, pelo amor de Deus’. Aí, lá dentro, ele efetuou o tiro de misericórdia”, lembra o pai da jovem, que não presenciou o crime, mas relatou o que ouviu da esposa.
“Meu desejo é que a justiça seja feita, que esse crime não caia no esquecimento e não fique impune. Esse é meu desejo de pai”, declarou Valderei.
Jovem de 19 anos é morta a tiros em Pompeia; ex-companheiro é suspeito do crime — Foto: Portal NC Pompeia/Divulgação